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12/Aug/2024

Boa Safra divulga resultado do 2º trimestre de 2024

A Boa Safra, produtora brasileira de sementes de soja, obteve lucro líquido de R$ 18,1 milhões no segundo trimestre de 2024. O resultado representa queda de 34,92% em comparação a igual período de 2023, quando o lucro foi de R$ 27,8 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado no segundo trimestre foi de R$ 7,195 milhões, redução de 66,9% na comparação anual. A receita operacional líquida caiu 34,86%, para R$ 87,6 milhões. Essa diminuição está alinhada com a sazonalidade do beneficiamento e descarte, que foram mais tardios. Parte da redução do lucro se deve ao aumento dos custos com o incremento do número de colaboradores e realocações devido à mudança de sede administrativa e à implementação dos novos centros de distribuição. É nesse período que a empresa concentra seus custos e despesas.

O principal produto é a venda de sementes, e o plantio de soja no Brasil, principalmente em Mato Grosso, começa na segunda semana de setembro. Portanto, a receita gerada por essas vendas só é reconhecida nos terceiro e quarto trimestres, enquanto nos preparamos para a próxima safra. Os custos e despesas, por outro lado, se concentram no final dos primeiro e segundo trimestres. Por isso, recomendamos uma análise de longo prazo, que suaviza os efeitos da sazonalidade. Nos 12 meses até o fim de junho, o lucro líquido acumulado da Boa Safra cresceu 87,5% ante o período anterior de 12 meses, alcançando R$ 356,9 milhões. No caso do Ebitda ajustado, houve alta de 14,88% na mesma comparação, para R$ 256,3 milhões. A receita líquida subiu 8,96%, para R$ 1,985 bilhão. A Boa Safra é conhecida por ser a empresa mais sazonal da Bolsa.

E é por isso que o resultado trimestral, embora importante, é secundário em relação à discussão sobre a carteira de pedidos. A empresa brasileira de sementes de soja, reportou atrasos no ciclo de pedidos da nova safra, afetando a pontualidade das vendas no segundo trimestre de 2024. A combinação de preços baixos da soja, margens reduzidas e dificuldades climáticas levaram a um atraso atípico na carteira de pedidos, que agora passa por um ajuste. Apesar dos desafios, a Boa Safra conseguiu manter a carteira de pedidos estável no segundo trimestre, com um valor de R$ 1,168 bilhão, um leve aumento de 0,43% em relação a igual período do ano passado. A empresa atribui essa resiliência à forte demanda por suas sementes, mesmo em um mercado desafiador. A empresa não deve crescer tudo o que esperava em 2024. No entanto, entregará crescimento.

A carteira de pedidos pode não refletir esse otimismo, mas a dinâmica da safra deste ano, com um plantio mais tardio, afeta o ritmo das vendas. A empresa ainda tem produto para vender. A Boa Safra espera que o segundo semestre reflita os pedidos represados, impulsionando o crescimento da carteira nos próximos meses. A empresa prevê aumento na demanda por sementes de soja devido à expansão da área de plantio no Brasil. Destaque para os investimentos em infraestrutura e tecnologia, com a inauguração de novos centros de distribuição e o foco em produtos de alta qualidade. A empresa também não descarta fusões e aquisições e está avaliando oportunidade de alocação de capital. A Boa Safra fez o follow-on em abril, então há uma situação de liquidez muito boa, mas a companhia não tem pressa e alocará capital naquilo em que tem confiança de que realmente gera valor. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.