06/Aug/2024
Em Mato Grosso do Sul, ao menos dez indígenas Guarani e Kaiowá ficaram feridos, dois deles, em estado grave, no sábado (03/08), após serem atacados por agricultores em Douradina. Segundo o Conselho Indigenista Missionário Nacional (Cimi), que compartilhou nas redes sociais vídeos do momento do ataque, jagunços invadiram seu território fortemente armados e empoleirados em caminhonetes, atirando com munição letal e balas de borracha contra os indígenas. O Conselho Indigenista afirma, ainda, que pouco antes do ocorrido, um agente da Força Nacional de Segurança Pública teria avisado os indígenas de que o confronto ocorreria, orientando-os a apenas sair do local. No momento do ataque, ninguém da Força Nacional estava no local, que é monitorado desde julho pelo risco eminente de conflito. O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) não confirmou a suposta fala do agente.
Afirmou que o conflito ocorreu dentro da Terra Indígena (TI) Lagoa Panambi e já “está sob controle”. As equipes da Força Nacional foram acionadas por volta das 10 h de sábado (03/08), para conter os ânimos que estavam acirrados entre indígenas e agricultores que permanecem nas imediações do sítio do Cedro. A situação foi controlada e cada grupo permaneceu em seu acampamento, orientados a não avançarem. O confronto ocorreu no início da tarde, no momento em que a FN fazia o patrulhamento em outra área da mesma região. Assim que acionada, a FN chegou no local e cessou o confronto. A Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) tem intensificado a presença na região desde o início de julho, onde permanece até o momento.
Desde o ocorrido, a Força Nacional está com todo o efetivo em Mato Grosso do Sul, apoiando o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e o Ministério Público Federal (MPF), que estão intermediando os conflitos. Os integrantes dos acampamentos estão respeitando os limites estabelecidos pelo MPI e MPF. O efetivo mobilizado trabalha com foco na garantia da segurança dos indígenas, com respeito às culturas e evitando qualquer forma de violação dos direitos humanos, e será aumentado a partir destes novos confrontos com efetivo que será deslocado de outros Estados. O Conselho Indigenista Missionário Nacional afirma que dois indígenas seguem em estado grave. Além deles, mais seis feridos foram encaminhados ao Hospital da Vida, em Dourados. A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) cuidou do pronto-atendimento das vítimas. Duas ambulâncias de terapia intensiva foram enviadas ao local para cuidar dos feridos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.