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02/Aug/2024

Kepler Weber divulga resultado do 2º trimestre/2024

A Kepler Weber, líder no mercado de equipamentos para armazenagem de grãos, obteve lucro líquido de R$ 37 milhões no segundo trimestre deste ano, alta de 10,9% ante os R$ 33,4 milhões apurados em igual período do ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 63,3 milhões, aumento de 17,7%. A receita líquida da companhia avançou 16,6% na mesma comparação, para R$ 327,8 milhões. No segundo trimestre de 2024, o mercado interno representou 91% da receita líquida, e o externo, 9%. O desempenho positivo dos segmentos, especialmente em Fazendas, Negócios Internacionais e Portos & Terminais, foi fundamental para alcançar ótimos resultados.

O déficit de armazenagem no agronegócio brasileiro, uma taxa de câmbio favorável para exportações e a expectativa de uma safra recorde em 2024/2025 também impulsionaram nosso desempenho no segundo trimestre. A receita líquida do segmento Fazendas da Kepler Weber no segundo trimestre de 2024 aumentou 25,4% ante igual período de 2023, para R$ 103,6 milhões. Apesar da produção de grãos no Brasil no ciclo 2023/2024 ter sido 6% menor em relação ao ciclo anterior, destaca-se o aumento significativo da receita líquida da companhia, impulsionado pela necessidade de armazenagem nas fazendas e considerando a expectativa do Plano Safra 2024/2025.

O segmento de agroindústrias gerou R$ 98,2 milhões em receita líquida no segundo trimestre, alta de 15,3% na comparação anual. O resultado positivo é atribuído também ao novo Plano Safra e ao atendimento oferecido pela companhia a clientes. Além disso, houve faturamento de projetos relevantes no segundo trimestre de 2024, como entregas às cooperativas no Paraná e em Mato Grosso do Sul, empreendimentos de grandes grupos e tradings consolidados no mercado que estão nos estados de Mato Grosso e Goiás, com investimentos intensificados das cooperativas. A receita de negócios internacionais subiu 24,1%, para R$ 31 milhões.

Segundo a Kepler Weber, a alta foi motivada pela retomada das exportações argentinas, assim como bons desempenhos do Equador, Paraguai e Venezuela. O segmento de portos e terminais teve receita líquida de R$ 37,5 milhões no segundo trimestre, avanço de 34% ante igual período de 2023. O resultado reflete a consolidação da companhia nas vendas de equipamentos para movimentação e armazenagem. A receita líquida de reposição e serviços caiu 4,7%, atingindo R$ 57,6 milhões. A Kepler atribui a queda à redução no custo da matéria-prima (aço).

A Kepler Weber vê como positiva a linha de crédito de R$ 200 milhões destinada a investimentos relacionados a armazenagem, anunciada para o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) do Plano Safra 2024/2025. A novidade pode, inclusive, ampliar a linha de agroindústria da Kepler. Ainda com relação à armazenagem, foi feito o anúncio de oferecimento de silo-bolsas pela Kepler Weber, disponível nos centros de distribuição. Os silo-bolsas não competem com a estrutura metálica, mas são um complemento como uma espécie de solução pós-colheita. Todo cliente que usa silo-bolsa vai investir em estrutura metálica, é uma questão de tempo. O novo produto aumenta o funil de vendas e melhora a classificação de clientes.

Sobre os resultados do segundo trimestre, 30% do contrato de financiamento assinado com a International Finance Corporation (IFC), do Banco Mundial, foi utilizado para amortização de dívidas de curto prazo. Em maio, a Kepler anunciou ter fechado contrato de financiamento de até R$ 150 milhões. Uma ótima forma de melhorar a estrutura da companhia. O montante restante poderá ser aplicado na expansão e modernização das fábricas. Esse crescimento poderá ser tanto orgânico quanto por meio de fusões e aquisições. Ainda dentro dos aspectos financeiros, o aumento de 16% no Custo de Produtos Vendidos (CPV) da Kepler e um incremento em volume de 25%.

Somado a isso, há uma diversificação do mix, com muito mais projetos relevantes e de grande porte que exigem maior esforço também. Outro ponto levantado foi uma melhora e neutralização da margem do CPV em relação à receita líquida. A menor margem líquida no primeiro trimestre refletiu os efeitos da lei 14.789, da tributação dos benefícios fiscais. Agora, no segundo trimestre, foi possível entregar uma margem inclusive maior do que no segundo trimestre de 2023. A Kepler Weber vê perspectiva excelente para o crescimento do segmento de portos e terminais da empresa líder no mercado de equipamentos para armazenagem de grãos.

Essa visão é atribuída a dois pontos principais: crescimento acelerado da produção agrícola brasileira, que demanda aumento na capacidade de armazenagem na cadeia, e a necessidade de escoamento dessa produção. O segmento de portos e terminais é um ponto de resiliência e estratégico para a empresa. A empresa considera portos e terminais como a ‘Fórmula 1’ dos negócios, é onde estão os equipamentos mais desafiadores e com maior performance. Em contrapartida, o segmento internacional é um dos mais desafiadores para a Kepler. A companhia não considera ter equipes físicas em países fora da América Latina. Ainda assim, exportou para 17 países em 2023, incluindo o Paquistão.

Fora do Brasil, tem mais de mil clientes. Outro aspecto levado em consideração pela companhia é a possibilidade de locação de unidades, para o qual há demanda. Já existem áreas mapeadas e projetos em construção em um modelo que já está avançado. Fora de um possível piloto, a intenção não é usar o caixa da companhia para financiar ou estruturar esse negócio. A Kepler entra com o conhecimento da região e relacionamento com clientes, que são mais de 10 mil na base, e habilidade de colocar as obras em pé e fazer a manutenção, além de valorizar a participação em um eventual fundo ou veículo que faça essa locação.

A empresa não tem visto aumento de custo nas suas operações em relação ao aço. O possível aumento poderia ser atribuído ao maior imposto de importação sobre a commodity. Há diferentes estratégias de aquisição doméstica e internacional. A empresa não especula com aço. O aço está sempre 'hedgeado'. Então, a exposição não é nem muito negativa e nem muito positiva. A expectativa de é estabilização agora na cotação internacional. Outro ponto citado é a desvalorização do Real ante o dólar, que favorece o agronegócio exportador. Toda vez que existe desvalorização cambial o agronegócio acelera, favorece o ambiente como um todo e os negócios. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.