31/Jul/2024
A expectativa do segmento de biocontrole na América Latina é de alto crescimento nos próximos anos, projeção diferente dos prejuízos que a indústria química tem enfrentado, em especial, desde 2022. Para esse impulso, o Brasil é o país que mais está acelerado na adoção, principalmente, de culturas commodities, como soja, milho e algodão. O Brasil é o único país capaz de crescer no mercado de controle biológico em uma taxa de quase o dobro se comparado ao Hemisfério Norte e a União Europeia, podendo chegar movimentar até 2030 cerca de US$ 3 bilhões em controle biológico, aponta um relatório global da consultoria de pesquisa com foco em bioinsumos Dunham Trimmer, finalizado ano passado e apresentado nesta terça-feira (30/07) na convenção internacional Biocontrol & Biostimulant Latam, em Campinas (SP). Esse valor representa um quinto do que a consultoria estima de crescimento para o mercado de biocontrole global até 2029, de US$ 15 bilhões.
Esta é uma conquista incrível para uma indústria que não atingiu US$ 1 bilhão em vendas globais até 2010. O Brasil está impulsionando o crescimento latino-americano e global por meio do sucesso em cultivos em linha com produtos de biocontrole, especialmente os microbianos. Em 2019, quando a consultoria começou a fazer os mapeamentos de países que adotavam bioinsumos, em especial os de controle de pragas e doenças (bioinoculante, bioestimulantes, solubilizadores), o valor desse mercado no Brasil era de cerca de US$ 500 milhões, em 2023 chegou a US$ 1,5 bilhões e pode já atingir em 2027 o patamar de US$ 2,5 trilhões. Por outro lado, o crescimento já não é tão acelerado como foi até 2019, quando o CAGR era de 15% a 17% para o mercado de biodefensivos. Agora, esse mercado está crescendo a uma taxa reduzida de 2023-2029. Sendo as primeiras regiões a adotar, as taxas de crescimento nos Estados Unidos e na Europa Ocidental estão a um ritmo mais rápido do que outros mercados.
No entanto, apesar desta desaceleração, continuam a existir vários países e regiões que continuam a registar uma rápida expansão, especialmente a América Latina e o Brasil. Isso impõe uma maior cautela nas fusões e aquisições do segmento, embora não se descarte que há um interesse maior nesse tipo de mercado em comparação ao químico. Os investidores estão mais críticos e cautelosos com os riscos. Depois da Covid-19, a cadeia de suprimentos mudou e os balanços financeiros de indústrias de químicos não foram tão positivos como ano passado, embora se está chegando ao fim do período de estoques de produtos. Esses fatores impactam na atração de novos negócios em biológicos. O diferencial será a inovação tecnológica, e regulação e um sólido plano de negócios para assegurar investidores a aportar recursos nas empresas de biológicos, incluindo as do Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.