31/Jul/2024
A AGCO, fabricante norte-americana de máquinas agrícolas de marcas como Valtra e Massey Ferguson, teve prejuízo líquido de US$ 367,1 milhões, ou US$ 4,92 por ação, no segundo trimestre deste ano. O resultado reverte o lucro líquido registrado em igual período do ano passado, de US$ 319,2 milhões, ou US$ 4,26 por ação. Em termos ajustados, o lucro passou de US$ 4,29 para US$ 2,53 por ação. As vendas líquidas da companhia recuaram 15,1% em igual comparação, para US$ 3,246 bilhões. Analistas esperavam lucros por ação de US$ 2,90 e vendas de US$ 3,5 bilhões, de acordo com a FactSet. Segundo o CEO da companhia, Eric Hansotia, a AGCO teve os resultados influenciados pelas condições de mercado enfraquecidas e pelos cortes significativos de produção destinados a reduzir os estoques da empresa e dos revendedores. A queda nos preços das commodities e a menor projeção de renda agrícola em 2024 afetaram negativamente o sentimento dos agricultores, reduzindo ainda mais a demanda global da indústria.
Dado o ambiente atual, a empresa está tomando ações agressivas, incluindo o recentemente anunciado programa de reestruturação, para controlar despesas, reduzir níveis de produção e diminuir investimentos em capital de giro. Na América do Norte, as vendas recuaram 16% no segundo trimestre na comparação com um ano antes, para US$ 837,8 milhões. As vendas na América do Sul diminuíram 41,7% na mesma comparação, para US$ 348,9 milhões. Na Europa/Oriente Médio, as vendas somaram US$ 1,903 bilhão, baixa de 4,4% ante o segundo trimestre do ano passado. Na região Ásia-Pacífico e África, houve queda de 33,6%, para US$ 157 milhões. A companhia destacou que as vendas de tratores no varejo na indústria norte-americana diminuíram 8% durante os primeiros seis meses de 2024, ante igual período de 2023, devido às quedas mais significativas de vendas de equipamentos menores. As vendas de colheitadeiras caíram 11% no primeiro semestre. Além disso, a projeção de uma menor renda agrícola e uma frota renovada devem continuar pressionando a demanda da indústria pelo restante do ano.
Na América do Sul, as vendas de tratores no varejo diminuíram 14% durante os primeiros seis meses do ano, com quedas significativas no Brasil, na Argentina e em mercados menores. A demanda no Brasil foi negativamente amplificada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, além de continuar sendo afetada pelos déficits de financiamento do programa de empréstimos subsidiados pelo governo e pela primeira colheita desafiadora na região do Cerrado. Após três anos fortes, a demanda no varejo na América do Sul deve continuar a enfraquecer em 2024 por causa dos preços mais baixos das commodities e da menor renda agrícola. Para todo o ano de 2024, a companhia disse que espera vendas de cerca de US$ 12,5 bilhões, considerando a aquisição de 85% de participação na joint venture PTx Trimble. Além disso, em 25 de julho de 2024, a AGCO fechou acordo para vender seu negócio de Grãos e Proteínas, chamado GSI, que deve ser concluído até o fim do ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.