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24/Jul/2024

Indústria Química: forte impacto das importações

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o Brasil segue importando mais produtos químicos do que exportando, conforme apontam os dados do primeiro semestre da balança comercial da indústria química, que registrou um déficit de US$ 21,7 bilhões. O número é 9,2% menor em relação ao mesmo período de 2023, mas continua refletindo a existência de um cenário crítico para o setor. Nos seis primeiros meses deste ano, as importações somaram US$ 28,8 bilhões, o que representa uma queda de 7,5% ante o mesmo período de 2023. Em igual intervalo de comparação, as vendas ao mercado exterior foram de US$ 7,1 bilhões, recuo de 4,8%.

A “aparente melhora” no déficit da balança comercial brasileira de produtos químicos reflete, na verdade, os preços 15,3% mais baixos dos insumos importados entrando no mercado doméstico, quando comparados os valores registrados no primeiro semestre deste ano contra igual período de 2023. A queda nos preços tem impulsionado a compra de produtos no mercado internacional por preços em grande medida abaixo do custo de produção praticado no Brasil. Tais produtos são oriundos especialmente de países asiáticos, cuja competitividade tem sido sustentada em matérias-primas russas adquiridas com preços beneficiados em razão da guerra no Leste Europeu.

O volume de produtos químicos importados no primeiro semestre de 2024 foi de 27,9 milhões de toneladas, o que significa um aumento de 9,1% na comparação com igual período de 2023. Destaque para o aumento agressivo nas importações de resinas termoplásticas (+41,2%), resinas termofixas (+26,8%), intermediários para resinas termofixas (+35,8%), intermediários para fibras sintéticas (+22,1%) e outros produtos químicos orgânicos (+15,2%). Os produtos que sofreram aumento agressivo nas importações são utilizados em diversos mercados, sendo eles o de embalagens, automotivo, construção civil, indústria têxtil, entre outros. O cenário é de alta gravidade e ameaça a produção nacional de insumos químicos.

Algumas empresas já acenam para a hibernação, paralisação e até desativação de unidades. As exportações brasileiras em volume no primeiro semestre de 2024, por sua vez, somou 7 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 0,8% ante igual período do ano anterior. A entidade defende a elevação temporária e emergencial da alíquota de importação para 65 produtos químicos. A medida deve garantir os empregos industriais e combater o surto de importações com preços artificiais e alto teor de emissões. O encontro recente feito pela entidade com o presidente Lula deu esperança no sentido da aprovação da lista. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.