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18/Jul/2024

Bioinsumos: uso deverá seguir crescendo no Brasil

O Rabobank espera uma desaceleração na adoção de produtos biológicos, embora o volume de vendas de tais produtos deva continuar crescendo. O principal motivo para o menor ritmo é a queda na rentabilidade de produtores na safra 2023/2024. Para a próxima safra brasileira, que inicia seu plantio a partir de setembro de 2024, a perspectiva é de se repetirá o cenário de margens operacionais mais apertadas, tanto para a soja, quanto para o milho 2ª safra de 2025. Outro fator, um pouco mais complexo, mas que pode ajudar na manutenção do crescimento, é que, diferentemente das empresas de defensivos químicos que vivem uma crise de altos estoques e liquidez, as empresas de defensivos biológicos conseguiriam, se necessário, abrir mão de um pouco de margem este ano para preservar os volumes de venda.

O mercado de biológicos também deve se manter aquecido no que diz respeito a fusões e aquisições, como aconteceu nos últimos anos, além da tendência de crescimento na adesão por produtos ligados a uma agricultura regenerativa. Uma das principais características dos produtores brasileiros é estar na vanguarda da evolução da agricultura. De acordo com dados de uma pesquisa da McKinsey do início de 2023, pelo menos 60% dos produtores brasileiros entrevistados ou já utilizam ou planejam utilizar defensivos biológicos, número superior à média global de 20%. O período de 2020 a 2023 também foi um momento de margens mais elevadas dos produtores, o que corroborou maior experimentação de novas tecnologias. Somado a isso, o governo e a iniciativa privada estão em consenso sobre a utilização desses produtos.

Na ótica do governo, independentemente do perfil de administração federal, há fomento do desenvolvimento de conhecimento/tecnologias através da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), novas legislações, celeridade na aprovação de novos produtos, entre outros. No âmbito privado, observa-se o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, penetração de mercado e, do lado dos produtores rurais, a já mencionada aptidão pela inovação. De acordo com um estudo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), entre 2018 e 2022 o principal Estado consumidor de produtos biológicos foi São Paulo (19%), seguido por Goiás (14%), Mato Grosso (11%) e Minas Gerais (9%). Em relação à divisão por culturas, dados da CropLife Brasil apontam que a soja é a cultura com maior representatividade (42%), seguida por algodão (21%), cana-de-açúcar (18%) e milho (15%).

Conforme o Ibama, o mercado de biológicos teve um crescimento no volume vendido com uma taxa composta anual (Compound Annual Growth Rate - CAGR) de 53% entre 2015 e 2022. A área de aplicação também aumentou, estima a CropLife, a um CAGR de 39% nos últimos anos, chegando a aproximadamente 29 milhões de hectares tratados. Com base nesses números, pode-se observar que o volume vem aumentando mais do que a área, o que pode indicar uma taxa de penetração nos atuais usuários de biológicos maior do que a taxa de novas adoções. Ainda segundo o Ibama, entre 2015 e 2023, foram registrados 620 defensivos biológicos no Brasil, sendo que destes, 413 foram registrados entre 2020 e 2023, ou seja, quase 70% dos produtos registrados ao longo dos últimos quatro anos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.