16/Jul/2024
A primeira balsa comercial de passageiros movida a hidrogênio do mundo começará a operar na Baía de São Francisco, nos Estados Unidos, como parte dos planos para eliminar gradualmente as embarcações movidas a diesel e reduzir as emissões de carbono que aquecem o planeta, disseram autoridades da Califórnia (EUA) no dia 12 de julho, ao apresentar a balsa. O catamarã de 21 metros, chamado MV Sea Change, transportará até 75 passageiros ao longo da orla marítima entre o Pier 41 e o terminal de balsas do centro de São Francisco a partir de 19 de julho. O serviço será gratuito por seis meses, enquanto estiver sendo executado como parte de um programa piloto. As implicações são enormes, porque essa não é sua última parada, afirmou a Autoridade de Transporte de Emergência Aquática da Área da Baía de São Francisco, que opera balsas de transporte regional na baía. Se conseguir operá-la com sucesso, haverá mais embarcações desse tipo nos Estados Unidos e no mundo.
O Sea Change pode viajar cerca de 300 milhas náuticas e operar por 16 horas antes de precisar ser reabastecido. As células de combustível produzem eletricidade combinando oxigênio e hidrogênio em uma reação eletroquímica que emite água como subproduto. A tecnologia poderia ajudar a limpar o setor de transporte marítimo, que produz quase 3% do total de emissões de gases de efeito estufa do mundo. Isso é menos do que os carros, caminhões, ferrovias ou aviação, mas ainda é muito, e está aumentando. A Fuel Cell & Hydrogen Energy Association afirmou que a balsa é significativa porque é difícil reduzir as emissões de gases de efeito estufa das embarcações. O valor real disso é quando se multiplica pelo número de balsas que operam em todo o mundo. Há um grande potencial. É assim que será possível começar a reduzir a intensidade de carbono nos portos. Os apoiadores também esperam que as células de combustível de hidrogênio possam vir a alimentar navios porta-contêineres.
A Organização Marítima Internacional, que regulamenta a navegação comercial, quer reduzir pela metade suas emissões de gases de efeito estufa até meados do século. Como as emissões de combustíveis fósseis continuam a aquecer a atmosfera da Terra, o governo de Joe Biden está se voltando para o hidrogênio como fonte de energia para veículos, fabricação e geração de eletricidade. Ele vem oferecendo US$ 8 bilhões para atrair as indústrias, os engenheiros e os planejadores do país a descobrir como produzir e fornecer hidrogênio limpo. Grupos ambientalistas, porém, afirmam que o hidrogênio apresenta seus próprios riscos climáticos e de poluição. Por enquanto, o hidrogênio que é produzido globalmente a cada ano, principalmente para refinarias e fabricação de fertilizantes, é feito com gás natural. Esse processo aquece o planeta, em vez de poupá-lo.
Na verdade, um novo estudo realizado por pesquisadores das universidades de Cornell e Stanford descobriu que a maior parte da produção de hidrogênio emite dióxido de carbono, o que significa que o transporte movido a hidrogênio ainda não pode ser considerado energia limpa. No entanto, os defensores do transporte movido a hidrogênio dizem que, a longo prazo, a produção de hidrogênio está destinada a se tornar mais segura para o meio ambiente. Eles preveem um uso crescente de eletricidade proveniente de energia eólica e solar, que pode separar o hidrogênio e o oxigênio na água. À medida que essas formas renováveis de energia ganham uso mais amplo, a produção de hidrogênio deve se tornar um processo mais limpo e menos caro. O projeto Sea Change foi financiado e gerenciado pela empresa de investimentos SWITCH Maritime. A embarcação foi construída pela Bay Ship and Yacht em Alameda, Califórnia, e pela All-American Marine em Bellingham, Washington. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.