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08/Jul/2024

Máquinas: recursos do Moderfrota durarão 3 meses

Os médios e grandes produtores rurais terão R$ 12,3 bilhões para financiamento pelo Plano Safra 24/2025 nas linhas do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota). Esse volume, no entanto, tende a se esgotar em cerca de três meses diante da demanda do setor. Os produtores têm mostrado cautela na tomada de decisão em investir em máquinas e equipamentos, uma vez que suas margens estão apertadas pela queda nos preços das commodities. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) acredita que, apesar do nível de recursos estar abaixo do adequado, o montante pode ajudar o setor a voltar às compras. O juro do Moderfrota, de 10,5% para os médios e 11,5% para os grandes produtores, não é um juro bom, mas também não é ruim. No mercado, não se encontra um juro mais barato, que estão em 16%, 17% nos bancos.

Antes da divulgação do Plano Safra, a Abimaq solicitou ao governo R$ 26 bilhões para o Moderfrota e deu a sugestão de juros entre 9% e 9,5%. No ano passado, a linha para agricultura empresarial comprar equipamentos agrícolas recebeu R$ 9 bilhões, mas os recursos duraram só três meses. O juro médio para compra de máquinas agrícolas em 16% é o que vinha travando os investimentos pelos produtores. As vendas vêm caindo porque está muito caro comprar financiado e não dá para comprar um equipamento agrícola à vista. Com o preço das commodities em queda e a rentabilidade do produtor comprometida, os juros ganham peso nas decisões de compra de produtos de alto valor. Os moldes em que o Plano Safra empresarial e o Plano Safra para a Agricultura Familiar 2024/2025 foram construídos deixaram claras as intenções do governo federal em fomentar os investimentos e a compra de tratores e máquinas por pequenos produtores, o que foi considerado positivo para o setor.

De 20% a 25% do faturamento do setor vem do agricultor familiar, e dá para ver que há uma direção do governo voltada a esses produtores. Foi criada uma nova linha destinada à aquisição de máquinas e implementos agrícolas de pequeno porte, como microtrator, motocultivador e roçadeira, no âmbito do Programa Mais Alimentos. Para essa nova linha, os juros serão de apenas 2,5% ao ano. A linha será destinada às famílias com renda anual de até R$ 100 mil e financiará máquinas de até R$ 50 mil. O objetivo é aumentar a tecnificação da agricultura familiar. Essa taxa de 2,5% é bastante atrativa e a linha com certeza é bem-vinda. Ao todo, o programa Mais Alimentos deve destinar R$ 12 bilhões entre recursos equalizados e dos fundos constitucionais para compra de máquinas para a agricultura familiar na nova safra, montante adequado para atender as demandas deste segmento. A Abimaq pediu R$ 10 bilhões ao governo e manutenção de taxa de juros em 5% ao ano para a agricultura familiar, e no formato atual o Plano Safra anunciado superou as expectativas.

No ano passado, foram liberados R$ 6 bilhões ao segmento, que duraram sete meses. Apesar de o Plano Safra 2024/2025 ter o maior volume de recursos da história, a taxa de juros ainda é insuficiente para que o produtor rural volte a investir, na avaliação da Baldan. As linhas de investimentos tiveram um acréscimo em torno de 16% em comparação ao Plano Safra anterior. A redução de 1% na taxa de juros é muito abaixo do que o mercado vinha esperando, não sendo suficiente para trazer uma segurança maior para retomada dos investimentos. Fatores climáticos e os preços atuais das commodities pesam muito na tomada de decisão dos agricultores. Uma taxa atrativa para investimento não pode ser maior que 8,5%. O novo Plano Safra conta com R$ 400,59 bilhões destinados para financiamentos, um aumento de 10% em relação à safra anterior. Ainda, os produtores rurais terão mais R$ 108 bilhões em recursos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), para emissões de Cédulas do Produto Rural (CPR), que serão complementares aos incentivos do novo Plano Safra.

No total, são R$ 508,59 bilhões para o desenvolvimento do agro nacional. Embora haja esse avanço, a Baldan afirma que a demanda do setor havia sido por R$ 565 bilhões. Era esperada a continuidade de incentivos para programas ambientalmente sustentáveis, para um “agro responsável”. E este ano teve a novidade do RenovAgro Ambiental, tendo oferta de linhas de financiamentos para realizar a adequada reparação ambiental em áreas embargadas, fazendo com que as mesmas entrem na legalidade. Além disso, o a manutenção da taxa do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) em 5% viabiliza uma fatia importante para o portfólio de máquinas da Baldan. Equipamentos de tickets menores, aumentam as expectativas na comercialização de produtos voltadas para a agricultura familiar. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.