28/Jun/2024
Segundo a consultoria Argus, os produtores nos Estados Unidos anteciparam, de julho para este mês, as compras de fertilizantes à base de fosfato, muito usados nas culturas de grãos e cereais. Com isso, a demanda está aquecida pela importação do produto de outros países produtores. O Brasil está contribuindo para aumentar a demanda de fertilizantes para a temporada de grãos e cereais de 2024/2025 devido à oferta restrita projetada para o terceiro trimestre deste ano. O cenário de competição entre os dois países para assegurar as compras e entregas desse tipo de adubo contribui para aumentar os preços no continente americano. Os preços dos fosfatados nos Estados Unidos estavam acima dos níveis de 2023 no início do período de compras. A produção doméstica ficou abaixo dos anos anteriores, forçando o mercado norte-americano a elevar a dependência das importações. A disponibilidade restrita de fosfatados nos Estados Unidos fez com que compradores adquirissem mais TSP, uma fórmula do fertilizante à base de fosfato que não é amplamente utilizado no país.
A disponibilidade de TSP também é restrita no Brasil. Um dos parceiros comerciais é o Marrocos, que detém a maior reserva fosfática do mundo é o segundo principal exportador global, atrás apenas da China. Os produtores brasileiros esperavam um aumento acentuado nos volumes de TSP do Marrocos. Mas, o fornecimento não foi tão alto quanto o esperado e os compradores agora têm dificuldade para encontrar o produto nos mercados doméstico e de importação. Além disso, no Brasil, o comportamento do produtor tem sido adiar as compras de insumos, aguardando relações de troca e preços da soja e fosfato mais vantajosos. No entanto, a alta do dólar retraiu mais o apetite do produtor, pois encareceu os fosfatados, ainda que os preços sejam menores se comparados com os aplicados no ano passado. Com os dois mercados aquecidos, a demanda mundial também é movimentada. A distribuição mundial das reservas de rocha fosfática, por exemplo, evidencia uma concentração na China e no Marrocos.
Os Estados Unidos estão em terceiro lugar em produção. O Brasil possui apenas 0,72% das reservas globais e, em 2023, dos 85% de fertilizantes importados pelo Brasil, mais de 55% foi de fosfato, conforme apontam dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Só em janeiro deste ano, o Brasil atingiu um recorde de importação de fertilizantes, totalizando 2,77 milhões de toneladas, em comparação com 2,41 milhões no mesmo período do ano anterior. Esse volume equivale a 15% a mais nas compras externas, segundo o mais recente boletim logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado em fevereiro. No entanto, mesmo com volume de importação maior, as especulações no início do ano eram de baixa comercialização das revendas para produtores, situação que se agrava no período que antecede o plantio da safra de verão. Os produtores admitem que estão deixando de investir em insumos para travar custos operacionais no segundo semestre. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.