25/Jun/2024
Segundo o Itaú BBA, os preços de fertilizantes registraram significativa alta nas últimas semanas, afetando diretamente o setor agrícola brasileiro. Essa elevação é impulsionada por fatores como alta do dólar, gargalos logísticos globais e restrições de oferta, especialmente de nitrogênio e fósforo, principais insumos agrícolas. Problemas logísticos no Canal do Panamá, que enfrenta seca em razão do fenômeno El Niño, e no Canal de Suez, devido a conflitos geopolíticos na região, têm reduzido a capacidade de carga e desviando rotas, com uma consequente alta nos custos. Os fretes marítimos aumentaram quase 80% desde o início de maio.
Além disso, a restrição de oferta de ureia pelo Egito e a ausência da China no mercado de exportação contribuíram para a elevação de preços. Desde a restrição imposta pelo governo egípcio em maio, o preço da ureia CFR Brasil subiu 21%, passando de US$ 305,00 por tonelada para US$ 370,00 por tonelada. A China também se mantém fora das exportações de monoamônio fosfato (MAP) e ureia, agravando a oferta global. Internamente, a importação de MAP pelo Brasil até maio ficou 30% abaixo do mesmo período do ano passado. A demanda aquecida para a próxima safra de verão (1ª safra 2024/2025), junto com a perspectiva de aumento da demanda da Índia, está pressionando ainda mais os preços.
A relação de troca entre insumos como ureia e MAP com grãos, como milho, atingiu níveis preocupantes, aproximando-se das máximas dos últimos cinco anos, o que reduz o poder de compra dos produtores. A recente alta do dólar frente ao Real também tem refletido em um aumento dos custos dos insumos, deixando a precificação em Reais mais cara. Para mitigar esses impactos, os produtores devem considerar estratégias de comercialização futura, como comprar insumos e vender soja futura, protegendo-se das flutuações de mercado e aproveitando momentos mais favoráveis para a venda física dos grãos. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.