ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

25/Jun/2024

Fertilizantes: Harsco usa rejeitos de aço na produção

A Harsco Environmental, que atua no tratamento de resíduos da siderurgia, está investindo R$ 220 milhões em duas plantas em Minas Gerais, para ampliar a capacidade de produção de fertilizantes de 300 mil toneladas para 500 mil toneladas por ano até 2025. A companhia também negocia com siderúrgicas clientes para aumentar a capacidade no longo prazo para 1 milhão de toneladas de fertilizantes ao ano. A empresa usa a escória (rejeito) da produção de aço para obter fertilizantes, neobrita (substituto da brita para uso na construção civil) e sucata metálica. A produção de fertilizantes minerais da Harsco Environmental é feita em uma unidade em Timóteo (MG), ligada à usina da Aperam South America. A primeira fase da expansão será feita nessa unidade. A empresa deve finalizar até setembro a ampliação da capacidade da fábrica de 300 mil para 400 mil toneladas de fertilizantes por ano.

Concluindo essa etapa, vai instalar uma segunda fábrica ligada com a Usiminas, em Ipatinga (MG), com capacidade de 100 mil toneladas por ano. No Brasil, a empresa tem 16 operações e atende às maiores siderúrgicas que operam no País. A Harsco negocia com elas o uso da escória para ampliar a produção de fertilizantes minerais. O fertilizante mineral produzido pela empresa é rico em silicato de cálcio e de magnésio, que substitui o calcário na correção de solo. No portfólio, são quatro tipos de fertilizantes, que agregam elementos como enxofre e silício. No ano passado, a empresa vendeu no Brasil 250 mil toneladas de fertilizantes. Para 2024, a previsão é chegar a 280 mil toneladas, um aumento de 12%. A produção deste ano está toda vendida. Na próxima temporada, a empresa já terá capacidade instalada de 400 mil toneladas, e a expectativa é terminar este ano com a carteira de pedidos praticamente lotada. Os fertilizantes minerais da Harsco são distribuídos pelo Grupo Agronelli, de Uberaba (MG).

A carteira de clientes inclui usinas sucroalcooleiras, grandes produtores de grãos da Região Centro-Oeste, cafeicultores da Serra da Mantiqueira, produtores agroflorestais e pecuaristas. O fertilizante AgroSilício, que foi desenvolvido em parceria com a Embrapa, emite 95% menos carbono em comparação com o calcário agrícola tradicional. O fato de ter menos emissões de carbono torna o AgroSilício atraente principalmente para grandes grupos exportadores, que têm mais preocupação com a produção sustentável. A empresa instala sua operação junto às usinas siderúrgicas clientes. A Harsco recebe a escória e faz a separação das partículas de aço para gerar a sucata metálica, que é repassada à siderúrgica. O restante da escória é devolvida à usina, se for sua opção, ou é aproveitado para extrair os componentes dos fertilizantes minerais e da neobrita. Do volume de escória siderúrgica, 20% são convertidos em sucata metálica. O restante são óxidos sem sucata.

No último ano, a empresa recuperou aproximadamente 700 mil toneladas de carga metálica. Esse volume equivale à capacidade de produção da Aperam South America no Brasil. A produção de neobrita gira em torno de 140 mil a 150 mil toneladas por ano, usando escória da Aperam. A Harsco acaba de fechar contrato com a Usiminas para usar 30 mil toneladas de escória por ano para produção de neobrita. Com ações negociadas na Bolsa de Nova York, a Harsco Environmental pertence ao grupo Enviri, que tem sede na Filadélfia, nos Estados Unidos. A empresa encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido de US$ 26 milhões, uma queda de 18,8% em relação ao ano mesmo período do ano passado. A receita líquida cresceu 7% no período, para US$ 600 milhões. O negócio da Harsco Environmental cresceu 9% em receita no primeiro trimestre, para US$ 299 milhões. O avanço foi associado ao aumento de vendas e a reajuste de preços. A América Latina responde por 15% da receita da Harsco Environmental. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.