25/Jun/2024
A expectativa do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) é de que os recursos do Plano Safra 2024/2025 durem mais tempo para agricultura familiar do que no plano empresarial, como aconteceu em 2023/2024. Existe uma política do governo de proteger mais o agricultor pequeno porque ele tem mais dificuldade em conseguir dinheiro emprestado no mercado. Quando se fala em agricultura empresarial, normalmente existe um departamento de finanças com muitos instrumentos para captar dinheiro. O Programa Mais Alimentos pode, inclusive, aquecer as vendas de máquinas agrícolas, que já caíram 31,7% no primeiro quadrimestre do ano em relação a 2023, por causa dos juros elevados, seca e baixos preços das commodities.
A expectativa é de que as vendas para agricultura familiar correspondam a 25% do setor de maquinário agrícola. Pequenos agricultores foram menos prejudicados pela queda de preços da soja e do milho. Mas, por mais que aqueça, não deve aquecer tanto o setor como um todo. Para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), a expectativa da Abimaq é de um montante de R$ 10 bilhões para investimento em máquinas, ante R$ 6 bilhões em 2023/2024, e manutenção da taxa de juros de 5% ao ano. No Plano Safra 2023/2024 (julho a julho), os recursos do Pronaf se esgotaram em janeiro de 2024, enquanto na agricultura empresarial eles duraram cerca de três meses, apenas até setembro de 2023. Para o Moderfrota, o pedido da Abimaq ao governo é de R$ 26 bilhões em recursos, ante R$ 9 bilhões em 2023/2024.
Como é um dinheiro ‘mais barato’, ele alavanca muito a venda de máquinas. A entidade teve uma boa conversa com o governo no sentido de explicar por que acredita que precisa colocar mais recursos. Esses R$ 26 bilhões são mais ou menos 60% das vendas de máquinas do ano e isso seria o suficiente para ter o Plano Safra robusto, que dure 12 meses. No entanto, colocar esses recursos à disposição do produtor ainda depende do orçamento do governo. Em relação às taxas de juros livres e controladas para o Plano empresarial, a expectativa é de que alcancem entre 9% e 9,5% ao ano. Uma taxa de um dígito faz com que o agricultor se anime a comprar máquinas. Não seria um subsídio tão alto e daria para o produtor fazer um investimento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.