21/Jun/2024
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), são necessários investimentos anuais de R$ 15 bilhões para que o setor acompanhe o crescimento da agricultura do País, evitando um aumento do déficit de armazenagem de grãos. Este valor considera tanto os custos com equipamentos quanto as despesas com obras civis e infraestrutura e deveria estar contemplado no Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), que faz parte do Plano Safra 2024/2025, a ser apresentado na próxima semana pelo governo federal. A quantia desejada seria mais do que o dobro do valor anunciado no ano passado para as duas modalidades do PCA: o principal, com R$ 3,8 bilhões, e o PCA até 6 mil toneladas, com R$ 2,85 bilhões. Sem esses investimentos, o déficit de armazenagem só vai aumentar, resultando em prejuízos para os agricultores que não têm onde estocar sua produção.
A competição por recursos dentro do PCA é um desafio para o setor de armazenagem. Grandes cooperativas e usinas, que têm melhor acesso a financiamentos, muitas vezes consomem uma parcela significativa dos recursos, deixando pequenos e médios produtores sem acesso ao crédito necessário. Isso é um problema recorrente e impede o avanço na capacidade de armazenagem, prejudicando especialmente os médios produtores, que dependem desses recursos. Uma saída seria reduzir o limite por tomador, hoje em R$ 50 milhões. Para resolver essas questões, a Abimaq sugere algumas medidas. Uma delas é dar prioridade ao financiamento de armazéns dentro das propriedades agrícolas. Atualmente, apenas 15% da capacidade de armazenagem está localizada nas fazendas. Nos Estados Unidos, por exemplo, a capacidade de armazenagem é superior a 60%. Armazenar dentro da fazenda é essencial para reduzir custos e melhorar a eficiência logística.
Outra sugestão é reduzir o prazo de pagamento dos financiamentos do PCA, que atualmente é de 12 anos. Os bancos geralmente não financiam por mais de 9 anos, o que torna o prazo de 12 anos irrealista e provoca efeitos negativos no cálculo da subvenção. Reduzindo o prazo para 8 ou 9 anos, otimizaria a aplicação dos recursos e atenderia mais produtores. A principal preocupação do setor é o déficit de armazenagem de grãos, que tem se acentuado ao longo dos anos, prejudicando a eficiência e a competitividade da agricultura brasileira. O PCA é fundamental para enfrentar esse desafio. No entanto, os recursos disponíveis têm sido insuficientes para atender à crescente demanda. A agricultura brasileira cresce em média 10 milhões de toneladas por ano, mas a capacidade de armazenagem aumenta apenas metade disso, aumentando o déficit a cada ano. Atualmente, o déficit de armazenagem é de 120 milhões de toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.