19/Jun/2024
Segundo o Instituto Aço Brasil, a projeção de produção de aço bruto para 2024 passou de uma expectativa negativa de 3% para alta de 0,7%. Para importações, a projeção passou de alta de 20% para baixa de 7%. Para as vendas internas, a expectativa passou de um número negativo de 6% para uma projeção positiva de 2,5%. As mudanças já incorporam o acordo feito com o governo para diminuir o que o instituto chama de "importações predatórias". Os dados do acumulado do ano até maio mostram que a produção de aço bruto cresceu 0,6% em relação ao mesmo período de 2023. As exportações caíram 16%, as importações subiram 26,4% e o consumo aparente subiu 5,1% na mesma base de comparação.
Além disso, se o acordo com o governo funcionar, será mantido investimento de R$ 100 bilhões, de 2023 a 2028 das empresas associadas ao Aço Brasil. A indústria do aço vive uma "tempestade perfeita". Os números de 2023 que indicam que a produção nacional caiu 6% e que as vendas internas tiveram quedas de 3,9%. Enquanto isso, as importações subiram 50%. As importações de 2023 representam R$ 30,6 bilhões em faturamento nacional perdido e R$ R$ 5,13 bilhões em perda de impostos arrecadados pelo governo. Segundo a entidade, as 5 milhões de toneladas importadas em 2023 representam 16% da produção nacional. A estimativa é de que o sistema de cota-tarifa deve fazer com que de 1 milhão a 1,5 milhão de toneladas de aço deixem de ser importadas no Brasil.
O estabelecimento de uma alta de 30% sobre a média de importações de 2020 a 2022, para estabelecer o limite de cotas a serem importadas sem acréscimo de tarifas, foi maior do que o esperado. O número interfere na projeção de quanto aço estrangeiro deixará de entrar no mercado brasileiro. Serão feitas reuniões sistemáticas com o governo para avaliar o andamento do novo sistema, com representantes de empresas do setor acompanhando de perto o assunto. No momento, o ponto mais crítico é a não inclusão do "vergalhão" no sistema. É preciso avaliar qual a melhor forma de endereçar essa questão. O sistema de cota-tarifa começou em junho e deve ter efeito daqui para frente, mais especificamente no segundo semestre.
No entanto, o efeito a ser visto em 2024 não é o total, já que a expectativa é de que ele seja progressivo. Quanto a aumentos de preço no setor após o acordo com o governo, o Aço Brasil afirmou que em nenhum momento foi dito que o setor não subiria preços. Os preços variam com o mercado: não há congelamento. O sistema contra importações predatórias é moderno e sofisticado. O ajuste fiscal, a competitividade sistêmica e a transição energética seguem como os temas importantes e é natural que o setor avalie, daqui cerca de quatro meses, como o sistema aprovado tem evoluído. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.