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19/Jun/2024

Portos: problemas de infraestrutura prejudicam setor

Segundo as conclusões do novo estudo do Centro de Navegação Transatlântico (Centronave), a infraestrutura dos portos brasileiros tem avançado de forma lenta e mantém empresas de navegação limitadas. O estudo considera que o País recuperou cerca de três anos de atraso nos últimos 12 meses, mas segue 12 anos atrasado, em uma estimativa feita considerando a capacidade de receber navios modernos de grande porte. O avanço foi possível pelo início das operações do navio 366m (14.4k teus), da MSC. Porém, com atividades limitadas. O principal obstáculo segue sendo a profundidade dos canais de acesso, com demanda por obras de dragagem mais céleres, o que tem sido cobrado pelo setor ao longo dos últimos anos. Como apontamento novo, o estudo chama a atenção para o aumento do tempo de espera para o início de carregamentos em razão do limite de espaço nos berços de atracação. Com aumento da demanda e mesma capacidade de atracação, as empresas estão tendo de esperar cada vez mais.

Em 2019, os navios dos nossos associados tinham de esperar em média 9 horas. No ano passado, subiu para 20 horas. O tempo de espera resulta em perda de R$ 60 milhões por ano. A indústria de exportação de café, por exemplo, já tem tido dificuldade de chegar aos terminais. Há contêiner de café esperando fora do berço de atracação em cima de caminhão. A lentidão no aprofundamento dos leitos também significa perdas financeiras. Em resumo, os problemas resultam em custos maiores e perda de competitividade. Sem poder adquirir navios maiores, as empresas perdem em ganho de escala. O Governo Federal lançou, nesta terça-feira (18/06), o Navegue Simples, programa de incentivo que busca recuperar e ampliar os investimentos no setor portuário, com investimentos e medidas de desburocratização. No conjunto de ações, estão previstos investimentos da ordem de R$ 5,4 bilhões em autorizações e arrendamentos portuários.

Uma das demandas do setor, tendo sido apresentada pela Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) no ano passado, é transformar os contratos de arrendamento em contratos de exploração, com natureza privada. A partir daí, será possível realizar investimentos de acordo com as demandas. A ABTP considera que a medida resultaria em maior celeridade para obras que hoje só podem ser feitas pelo poder público. Apesar do lançamento do Navegue Simples, o Centronave avalia que, a partir do que já é conhecido, falta clareza sobre a condução de políticas para o setor. Não fica claro, por exemplo, qual é a visão dos programas de dragagem e manutenção. Na conclusão do estudo, o Centronave aponta que, para atender ao crescimento do mercado, as empresas precisam substituir a frota por navios maiores ou adicionar navios, mas que isso tem sido inviável, seja pela pouca profundidade dos canais, seja pela falta de espaço nos berços de atracação. A solução passa pela retomada de leilões de terminais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.