18/Jun/2024
Terceira no ranking mundial de fabricantes de máquinas da linha amarela (utilizadas em setores como construção civil e em serviços como de terraplenagem), a companhia inglesa JCB, que está no Brasil desde 2001, vislumbra um cenário promissor para expandir seus negócios no País até o fim da década. Com atuação na América Latina, a subsidiária brasileira vai investir R$ 500 milhões em cinco anos na região para dobrar de tamanho. É um dos maiores investimentos da empresa na região; que acabou de investir R$ 120 milhões de um programa de 2021. O objetivo é elevar a produção de 5 mil para 10 mil máquinas no período. No ano passado, o mercado brasileiro para linha amarela foi de 31 mil unidades, e a previsão é crescer 5% agora em 2024. A vendas da JCB no Brasil representam 70% do total da região, e essa participação deverá ser mantida. O México está bem e há perspectivas de melhoria na Argentina e em outros países, como Chile e Colômbia.
O plano prevê que a maior parte do dinheiro, R$ 360 milhões, será usada na expansão de suas operações. Desse valor, R$ 150 milhões serão aplicados na modernizada da fábrica localizada em Sorocaba (SP). Para desenvolver novos produtos e nacionalizar alguns equipamentos, R$ 50 milhões. Na rede de distribuição, hoje com 70 filiais, serão gastos mais R$ 50 milhões. Há uma grande oportunidade para dobrar de tamanho, manter a participação de mercado e elevar as vendas de alguns produtos. O carro-chefe da empresa no País é a retroescavadeira, máquina desenvolvida pela JCB em 1953. A empresa lançou também o manipulador telescópico. A fábrica de Sorocaba, onde são fabricados componentes e peças e são montadas as máquinas, foi erguida em 2012. O cliente da JCB, por exemplo, de Mato Grosso, recebe o equipamento pronto para operar. A empresa atua com 30 tipos de máquinas, dos quais 6 modelos ainda são importados devido à falta de escala local para fabricação.
São importados de unidades da Inglaterra, Índia e Estados Unidos. De controle familiar e com 78 anos de fundação, a JCB fabrica 300 modelos de máquinas em suas 24 unidades industriais espalhadas em quatro países: 15 na Inglaterra, 7 na Índia, onde tem 70% de participação de marcado, 1 nos Estados Unidos e 1 no Brasil. No Brasil, a JCB concorre com as norte-americanas Caterpillar e John Deere, a chinesa XCMG, a japonesa Komatsu e a italiana Case New Holland. A fabricante é líder de vendas de retroescavadeiras, cuja família de produtos responde por um terço do mercado nacional. O foco do investimento é na linha de máquinas pesadas (pás carregadeiras e escavadeiras), segmentos onde a empresa tem participação de 5% cada um. Os grandes mercados de atuação da empresa são a construção pesada (40%), o agronegócio (25%) e empresas de locação de equipamentos (20%), além de vendas para os segmentos florestal e industrial e para o governo (em licitações de prefeituras, Estados e ministérios).
A JCB prevê crescimento de vendas de 10% neste ano, atingindo cerca de 3,8 mil máquinas no mercado brasileiro. No ano passado, o segundo melhor da companhia, foram comercializadas 2,5 mil máquinas. Sobre a decisão de investir R$ 500 milhões no País num momento em que a economia mostra alguns solavancos e o agronegócio vive uma queda de preços dos grãos, o grupo britânico toma decisões de longo prazo, pois já viveu vários ciclos altos e baixos na América Latina. O investimento será bancado com capital da própria JCB. A companhia está testando máquinas de pequeno porte elétricas no Brasil. Na Europa já existem mais de mil máquinas em operação, em linha com o conceito de descarbonização mundial, partindo para a eletrificação de equipamentos menores. Para os equipamentos de maior porte, a JCB decidiu optar pelo motor a combustão interna a hidrogênio. Já há 78 modelos de máquinas em validação na Inglaterra com esse tipo de combustível. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.