05/Jun/2024
A comercialização de fertilizantes para o plantio da próxima safra no Brasil, a 2024/2025, plantada no segundo semestre, está começando a reagir, após mais de um ano de lentidão nos negócios no campo. Embora o ritmo ainda esteja abaixo do de anos anteriores, as vendas estão melhores do que em 2023. A redução dos juros, a queda dos preços dos insumos e o receio com eventuais problemas logísticos para a distribuição nos próximos meses ajudam a explicar o fenômeno. Até maio, os produtores já haviam comprado 51% do volume de adubo necessário para uso no segundo semestre deste ano, de acordo com um levantamento da consultoria StoneX.
Um ano antes, a comercialização de fertilizantes para o segundo semestre estava em 44%. Em maio de 2022, época em que os produtores ainda se antecipavam mais nas compras, o ritmo de comercialização era de 60%. O segmento de adubos espera agora recuperar esse patamar. Novembro de 2023 e fevereiro deste ano foram os pontos mais baixos da série histórica de comercialização de adubo. Mas, o resultado de maio já mostra reversão. Vários fatores estão impulsionando as vendas. A queda dos juros no Brasil é um dos elementos, já que reduz o custo de financiamento dos produtores para a realização das compras.
Além disso, cresceu o receio dos produtores com um gargalo logístico na distribuição dos adubos nos próximos meses, o que levou a uma antecipação das compras. O próprio mercado de fertilizantes também está mais favorável aos produtores. Os preços do potássio sofreram uma forte queda nos últimos meses, o que está resultando em uma relação de troca entre o adubo e soja em um nível “excelente” para o produtor. Em maio do ano passado, o cloreto de potássio estava em torno de US$ 400,00 por tonelada. Agora, o preço está próximo de US$ 300,00 por tonelada. No ápice da crise que a guerra na Ucrânia deflagrou na indústria de fertilizantes, em fevereiro de 2022, o preço do cloreto de potássio chegou a US$ 1,2 mil por tonelada.
O preço do MAP segue estável há um ano, em US$ 550,00 por tonelada. Mesmo assim, houve uma forte pressão vendedora do produto em maio. Estados da Região Centro-Oeste e Rondônia são as áreas onde os produtores estão mais adiantados na compra de fertilizantes, com um índice de 59%, 7% a mais do que no ano passado. A estiagem na Região Centro-Oeste pode atrasar mais uma vez o início de plantio de soja. Porém, com receio de falta de adubo, os produtores decidiram antecipar as compras e armazenar. Em São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, o ritmo de compras também está mais avançado, com 48% do adubo comprado até maio, acima dos 34% de um ano atrás.
Nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia, Pará, Pernambuco e Paraíba, as compras estão mais atrasadas do que no ano passado, em 49% até maio, abaixo dos 57% de um ano atrás. Na Região Sul, as aquisições de adubo estão em 47%, acima dos 40% de um ano atrás. O levantamento não considerou os prejuízos no Rio Grande do Sul com as enchentes. A StoneX analisou cerca de 29 milhões de hectares, equivalente a 44% das lavouras de grãos para a safra 2024/2025. A pesquisa também contabilizou o índice de compras de adubos para o primeiro semestre de 2025, que já é de 20%. Um ano antes, as aquisições para o primeiro semestre seguinte estavam em 22%, e em 2021 chegaram a 28%. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.