28/May/2024
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) e a Vale lançaram nesta segunda-feira (27/05), o edital para selecionar um fundo de investimento focado em minerais estratégicos para transição energética e descarbonização e minerais fertilizantes. A chamada vai definir que a BNDESPar e a mineradora irão subscrever cotas no valor mínimo de R$ 100 milhões e máximo de R$ 250 milhões cada, observado o percentual máximo de 25% de participação para cada uma no capital comprometido total do fundo. O banco tem expectativa de mobilizar até R$ 1 bilhão com o FIP. O instrumento deverá focar em projetos de pesquisa, desenvolvimento, implantação ou operação de minas. O BNDES tem cerca de R$ 8 bilhões reservados para aplicar em participações de empresas, e escolheu operacionalizar esses investimentos por meio de fundos, operados por gestores privados, para estimular setores estratégicos.
A estreia será no segmento de minerais críticos, que é considerado pelo governo como essencial para alavancar a indústria brasileira na transição energética. As companhias alvo do fundo a ser selecionado são as detentoras de títulos minerários ou de direitos sobre recursos minerais, direta ou indiretamente, para mineração de cobalto, cobre, estanho, grafite, lítio, manganês, metais do grupo da platina (pgms), molibdênio, nióbio, níquel, silício, tântalo, terras raras, titânio, tungstênio, urânio, vanádio, zinco, fosfato, potássio ou outros minerais para promoção de fertilidade de solo. O fundo contribui diretamente para os objetivos estratégicos do governo do presidente Lula de expandir a capacidade produtiva da indústria brasileira por meio da produção e da adoção de insumos, inclusive materiais e minerais críticos, e de ampliar o apoio a projetos ambientais e climáticos, além de contribuir para a transição ecológica justa e a descarbonização, e estimular o mercado de capitais a atuar neste setor.
A Vale afirmou que a iniciativa está alinhada à visão de longo prazo da companhia sobre a relevância crucial dos minerais críticos para o crescimento econômico global de forma sustentável e diversificada. Este acordo reforça o compromisso de apoiar a exploração e produção de minerais estratégicos no Brasil e fomentar futuras parcerias. Após a definição do fundo gestor, que deverá ocorrer até o início de outubro deste ano, o investimento será submetido à aprovação das alçadas competentes dos cotistas âncoras, com aportes realizados conforme as necessidades do fundo de investimento. O fundo é apenas um primeiro passo na agenda de desenvolvimento de minerais críticos. O Brasil não tem a intenção de apenas exportar esses produtos para refinamento fora do País. O plano é agregar valor na cadeia, o que deve ser impulsionado com outras linhas de ação da política industrial do governo. É o caso, por exemplo, do programa para a eletrificação da frota de ônibus. No limite, o País poderia se tornar atrativo o suficiente para instalação de uma fábrica de células de baterias elétricas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.