02/May/2024
A Kepler Weber, líder no mercado de equipamentos para armazenagem de grãos, obteve um lucro líquido de R$ 52,2 milhões no primeiro trimestre de 2024, crescimento de 2% na comparação com igual período do ano passado. A margem líquida nos três primeiros meses do ano foi de 13,7% (-2,1%). A receita líquida cresceu 17,7% na comparação anual, para R$ 380,3 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi 18% maior do que no primeiro trimestre de 2023, para R$ 91,3 milhões. O trimestre foi forte, com rentabilidade robusta, disse a companhia em comunicado. As perspectivas para os próximos trimestres permanecem positivas, impulsionadas por oportunidades em agroindústrias, portos e terminais e reposição e serviços, além do potencial crescimento de pedidos em fazendas, apesar de desafios macroeconômicos.
O crescimento de 22,8% na receita do segmento de fazendas, para R$ 132 milhões, impulsionado por uma carteira sólida de virada de ano, que sustentou o faturamento no primeiro trimestre de 2024. Além disso, a empresa disse que a estratégia de diversificação de territórios favoreceu os resultados alcançados, com destaque para a Região Sul. As vendas internacionais registraram um crescimento de 70,2%, para R$ 38,8 milhões, com negócios relevantes com Paraguai, Venezuela e Equador. O aumento reflete um excelente desempenho de projetos de maior porte fechados no quarto trimestre de 2023. O balanço também informa a venda de três projetos para cerealistas realizados no trimestre, que somam R$ 22,9 milhões. Também houve crescimento no segmento de portos e terminais, que fechou o trimestre com receita 46,5% maior do que em igual período de 2023, para R$ 46,6 milhões. Os resultados foram impulsionados por três grandes projetos, na Bahia, no Pará e no Mato Grosso.
Além disso, a Kepler destacou dois projetos em estágios avançados de implementação em Paranaguá (PR), que terão um papel vital no aumento da capacidade de escoamento, além de serem fundamentais para impulsionar as unidades agrícolas em suas respectivas regiões. O setor de agroindústrias registrou receita de R$ 106 milhões, queda de 3,7% na comparação anual. A Kepler priorizou estrategicamente o direcionamento de recursos para segmentos mais rentáveis. Como resultado, conseguiu manter um nível de receita líquida estável em números absolutos no segmento. Segundo a empresa, R$ 119,3 milhões em vendas realizadas no período devem ser faturadas ao longo do segundo semestre. A receita do segmento de reposição e serviços cresceu 11,8% no trimestre, totalizando R$ 57 milhões. Tal aumento é explicado principalmente pela consolidação da Procer, que contribuiu com um acréscimo de R$ 9,5 milhões na comparação entre 1º trimestre de 2023 e o 1º trimestre de 2024.
Ao longo do primeiro trimestre deste ano, a Kepler cresceu 6,3% em quantidade de clientes atendidos, totalizando 1,8 mil, e processou 3,6 mil pedidos, 10% a mais. A Região Sul do Brasil respondeu pelo maior volume de negócios. Os segmentos de projetos para agroindústria, portos e terminas e reposição de serviços terão boas oportunidades em 2024, permitindo a manutenção do nível de atividade da companhia ao longo do ano. A Kepler se mantém disciplinada, com o direcionamento estratégico bem estruturado para construir negócios com rentabilidade e crescimento sustentável. O foco é em melhorias operacionais que contribuirão para uma boa rentabilidade ao longo do ano. A eficiência operacional contribuiu para a maior diluição e absorção de custos, assim como uma boa gestão comercial e logística, fatores que, juntos, permitiram à empresa a obtenção de um lucro líquido de R$ 52 milhões no primeiro trimestre deste ano, com crescimento de 1,8%.
Os resultados positivos do primeiro trimestre refletem a excelente posição de mercado da companhia, com movimentos assertivos para capturar negócios relevantes e ao mesmo tempo rentáveis que continuarão dando resultados nos próximos trimestres. O segmento de negócios internacionais teve uma expansão de 70,2% em faturamento no primeiro trimestre do ano ante igual período de 2023. O resultado foi obtido com vendas para países da América do Sul motivadas pela estabilização no regime de chuvas e recordes de produção de grãos. As vendas externas atingiram R$ 38,8 milhões no período.
O desempenho foi gerado por vendas de maior porte realizadas no quarto trimestre de 2023, que contribuíram para uma robusta carteira de virada de ano. Para a Kepler Weber, a nova alíquota de importação de aço afetará parte da operação da companhia, mas não o modelo operacional como um todo, pois o custo da matéria-prima acabará sendo repassado nas vendas. A empresa importa uma menor parte de aço que entra no mix de produção e ela estaria inclusa na nova lista. Na semana passada, o Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) anunciou a adoção de cota referente à média das importações de aço entre 2020 e 2022, acrescida de 30%. O que exceder, será sobretaxado em 25%.
A Kepler trabalha com previsibilidade, cobertura de estoques e conhecimento da margem de entrega dos pedidos e é repassadora de custos. O aço implica 50% do custo de produto, ele é relevante, mas obviamente isso é refletido no preço de venda. As políticas e governanças da Kepler Weber impedem qualquer especulação sobre o preço do aço. Houve um aumento no volume de importação pelo País no último trimestre, principalmente de aço vindo da China com custo bastante competitivo. Entre 2021 e 2022, quando houve aumentos consideráveis nas cotações da matéria-prima, a Kepler obteve resultados muito bons, com crescimento e rentabilidade. É uma empresa quase centenária, que sabe trabalhar com isso. O mais importante é tomar decisões com rentabilidade garantida. Independentemente dos efeitos da nova alíquota, há mecanismos para trabalhar.
Segundo o Citi, a Kepler Weber apresentou fortes números no 1º trimestre de 2024, com a receita crescendo 18% na comparação anual. O resultado superou a estimativa do banco em 5%, de R$ 362 milhões, sustentado principalmente pelos sólidos pedidos do segmento agrícola e pela diversificação geográfica e de portfólio, comprovando o mix de vendas e a estratégia de diversificação da empresa. O Citi manteve a classificação de compra para os papéis da Kepler e preço-alvo de 12 meses a R$ 14,00 a ação. Considerando o fechamento de ontem a R$ 9,78 a ação, o retorno esperado do preço das ações é 43,1%. Os bons resultados foram apoiados pelo clima mais favorável da Região Sul, registrando o maior volume de receitas entre todas as regiões agrícolas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.