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25/Apr/2024

Fertilizantes: preços deverão recuar a partir de maio

Segundo a StoneX, os preços da ureia, do fósforo e do potássio, que são os principais adubos aplicados nas lavouras brasileiras, devem recuar a partir do fim de abril. O principal motivo é o fim das aquisições para o plantio de primavera, que está em curso nos Estados Unidos. Isso tende a diminuir a demanda e pressionar as cotações em nível global. Os valores para os insumos devem voltar a subir apenas no meio do ano, quando produtores e misturadoras brasileiras de adubos começarem as aquisições para a soja da safra 2024/2025. Até o momento, o conflito entre Irã e Israel não mexeu com os preços. Apesar de a ureia ter traçado uma trajetória altista no primeiro trimestre do ano, os preços do ingrediente estão atuando dentro do esperado no ciclo produtivo, de acordo com a demanda e o período de plantio de grãos. Isso acontece porque o mercado do insumo é bastante pulverizado, de forma que os principais produtores não conseguem controlar as cotações. É um mercado de competição perfeita, um eterno ‘cavalo empinando’, que sobe e cai muito.

No início de 2022, os preços subiram, com misturadoras adquirindo mais produto, temendo possíveis sanções ao produto russo, em virtude do início da guerra. No entanto, passados tais temores e uma consequente queda na demanda, as cotações recuaram de julho de 2022 a maio de 2023. A ureia teve o rali do primeiro trimestre deste ano, que é normal e está acabando. Agora vai cair com força. De acordo com a previsão, os preços devem chegar a seu ponto mais baixo entre maio e junho, em razão da menor demanda. Os Estados Unidos estão próximos de finalizar suas compras para a produção de milho, enquanto o Brasil fez as compras mais volumosas para a 2ª safra de 2024 no fim do ano passado. A previsão é de uma queda de cerca de US$ 50,00 por tonelada até o meio e fim de maio, de uma média de US$ 340,00 por tonelada no Brasil para entre US$ 280,00 e US$ 290,00 por tonelada. Também em meados do ano, as misturadoras começam a antecipar as compras para a 2ª safra de 2025. Inclusive, caso os preços alcancem tais patamares, as aquisições podem ser antecipadas.

O nitrogênio tem muito pouco a ver com a safra verão (1ª safra), que é basicamente soja. No caso do fósforo, nos Estados Unidos, o grosso do produto está concentrado nas minas norte-americanas da Mosaic e da Nutrien, o que acaba distorcendo os valores no país. Em 2021, a Mosaic conseguiu fazer um processo de competição desleal em cima da Rússia e do Marrocos, enquanto a China tem tarifas de importações muito altas para os Estados Unidos, impostas ainda no governo de Donald Trump. Além do fim do plantio nos Estados Unidos, outros fatores que devem pressionar o fósforo são um retorno antecipado da China ao mercado, que até janeiro ficou fora do fornecimento, além de redução de subsídios da Índia para compra do fertilizante. Relações de troca deterioradas também justificam tais recuos. Em vários players importantes do mercado, como Estados Unidos, China e Índia, os preços do fósforo já estão caindo. Ainda não estão caindo no Brasil, mas a tendência é de que venham a cair. A expectativa é a de que os preços recuem cerca de US$ 70,00 por tonelada, para US$ 500,00 por tonelada a partir de maio.

Isso sendo conservador, pois pode ser que caia mais, para entre US$ 480,00 e US$ 450,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, que lidam com a questão de concentração de mercado, a previsão é de US$ 550,00 por tonelada. O potássio é o componente do complexo NPK que deve ter os preços mais pressionados. Ele tem fundamentos muito ruins, a produção atual está muito grande. Havia expectativa de que Belarus, grande produtor, deixasse de exportar devido a sanções dos Estados Unidos, mas atualmente o país está embarcando toda a sua capacidade de 13 milhões de toneladas. A previsão é de que os fundamentos continuem baixistas, com a entrada de novos grandes players. Os adubos estão tão desvalorizados que, mesmo com os preços baixos dos grãos, a relação de troca para soja e milho é positiva no momento. O produtor brasileiro está ‘com a faca e o queijo na mão’. Não existe motivo para antecipar compras e sim esperar passar abril para começar as aquisições. Se o produtor fizer isso, vai comprar muito bem o potássio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.