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19/Apr/2024

Frete agrícola: custo no Brasil 30% acima dos EUA

Segundo o Ministério da Agricultura, o custo do frete de transporte dos produtos agropecuários brasileiros é 30% maior que o custo observado na cadeia nos Estados Unidos. O Brasil tem um custo de frete muito alto comparado a outros países e isso não vem de hoje. O frete de Mato Grosso é 30% superior ao dos Estados Unidos, o que afeta a competitividade do setor. O governo federal vem realizando investimentos expressivos na área para diminuir a diferença de competitividade do agronegócio local frente aos concorrentes. Como exemplo o aumento da participação dos portos do Arco Norte, mais próximos aos polos produtores, na movimentação logística do setor. A participação do Arco Norte nas exportações do agro era de 13% e hoje está em 30%. Isso vai continuar crescendo, em virtude dos investimentos que estão dados.

É fundamental avançar no acesso rodoviário e ferroviário ao Arco Norte e na armazenagem para diminuir a pressão sobre o escoamento. A Associação Nacional dos Transportes Ferroviários (ANTF) afirmou que o Brasil precisa realizar ainda muito investimento na malha ferroviária para diminuir os custos do transporte de cargas. O Programa de Aceleração de Investimentos (PAC 3) traz participação de 20% para 35% das ferrovias na matriz de transportes, o que vai gerar ganho expressivo de produtividade para os produtos brasileiros. O investimento do PAC em ferrovias vai mudar esse cenário. O Ministério dos Portos e Aeroportos ressaltou que até 50% da produção poderá ser transportada pelos portos do Arco Norte até o fim dessa década.

Para contribuir com a ampliação da capacidade dos portos, o Ministério tem uma ampla carteira de investimentos com no mínimo 35 novas oportunidades para o mercado de 2024 a 2026, sendo muitas delas voltadas a atender o agronegócio e ao segmento de granéis de fertilizantes, diversificar e contemplar toda costa brasileira. O portfólio de investimentos do Ministério prevê R$ 8 bilhões em aportes neste ano, R$ 4,9 bilhões no próximo ano e R$ 1,6 bilhão em 2026 entre investimentos privados, leilões, arrendamentos e parcerias público privadas. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) ressaltou que a movimentação de cargas por hidrovias aumentou 6,9% em 2023, para 1,303 bilhão de toneladas. O que, mais uma vez mostrou que o choque de oferta favoreceu o setor portuário e o escoamento da safra.

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Brasil tem um custo logístico intermodal (considerando transporte por ferrovia, rodovia e portos) praticamente o dobro do reportado pelos principais países concorrentes do agronegócio brasileiro. Conforme dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), o custo de transporte para exportação de carga do Brasil para a China ficou em US$ 138,00 por tonelada saindo de Sorriso (MT) e passando pelo Porto de Santos (SP) e de US$ 122,00 por tonelada passando por Barcarena (PA). A mesma carga saindo de Córdoba na Argentina e passando pelo Porto de Rosário tem o custo de US$ 94,00 por tonelada, sendo parte do transporte por caminhão, ou de US$ 79,00 por tonelada, com parte do transporte por ferrovia.

A diferença entre o custo logístico brasileiro e norte-americano é ainda maior. O custo de uma carga saindo de Illinois e exportada por New Orleans para a China é de US$ 75,50 por tonelada. Os dados são de março deste ano. Isso é porque a matriz brasileira é predominantemente rodoviária, com 65% das cargas transportadas por rodovias, o ocasiona esse tipo de custo tão superior aos concorrentes. O setor produtivo cobrou as autoridades também sobre investimentos na rodovia BR-163, importante corredor terrestre de cargas agropecuárias, e da conclusão da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.