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15/Apr/2024

Hidrogênio Verde e as oportunidades profissionais

O mercado de hidrogênio verde é uma das apostas promissoras para a transição energética. Apesar de ainda estar em fase inicial no País, tem potencial para gerar diferentes postos de trabalho e carreiras, especialmente em posições técnicas. A produção de hidrogênio verde em larga escala não deve criar novas profissões, mas se espera que impulsione a demanda do mercado por profissionais com conhecimento e experiência nas áreas de energia e descarbonização. Engenheiros eletricistas e químicos, por exemplo, serão necessários para liderar as unidades de produção de hidrogênio, extraído pelo processo de eletrólise, utilizando fontes de energia limpa. Além deles, profissionais que conhecem o mercado de energia renovável e têm experiência com o tema também podem ter vantagem na busca por uma vaga no segmento que começa a se desenvolver. Profissionais de Direito, por exemplo, com conhecimento em legislação ambiental devem ter um papel fundamental para lidar com a regulamentação do setor.

A Thyssenkrupp acredita que o hidrogênio verde vai impactar o mercado de trabalho de forma bem mais abrangente. É muito mais do que precisar de técnicos e engenheiros para trabalhar com eletrólise. A empresa alemã é uma das companhias que apostam no potencial do mercado brasileiro para a produção de hidrogênio verde. Além de aumentar a demanda por profissionais especializados, o hidrogênio verde pode colaborar também para a criação de novos mercados no País. Para a Fortescue no Brasil, o hidrogênio verde tem um potencial enorme para reindustrializar o Brasil, e para exportação direta. A companhia atua no País com a produção de hidrogênio verde e tenta, por meio de negociações com o governo federal, incentivos fiscais para a produção em larga escala do combustível limpo. A empresa pode produzir com o mercado de hidrogênio verde aço e fertilizantes no Brasil, algo que não é feito hoje. Segundo a Fortescue, os incentivos são essenciais para a criação de um mercado funcional do produto, considerando que seu valor é consideravelmente mais alto do que o do hidrogênio “não verde”.

O conhecimento relacionado às áreas de energia é fundamental para quem deseja ingressar nesse novo mercado, assim como experiência no ramo de combustível. Cada vez mais, o perfil buscado será de profissionais que se atualizam e vão além da simples capacitação profissional. Esse novo mercado vai exigir profissionais que não estão mais em ‘caixinhas’. A ‘caixinha’ do engenheiro, do gestor, do advogado. Cada vez mais, será preciso de engenheiros cursando Direito Ambiental ou advogados entendendo mais de tecnologia. Essa multidisciplinaridade será exigida dos profissionais que vão liderar o setor. Porém, o segmento ainda está se formando no Brasil, e essa demanda deve surgir somente a partir do momento em que a produção de hidrogênio verde no País se expandir. Por isso, atualmente, a Thyssenkrupp tem a capacidade de treinar internamente seus engenheiros no Brasil. Apesar de o mercado ainda ser embrionário, inicialmente surgem algumas especializações externas para a área de energia limpa, como o curso especializado em hidrogênio verde que é oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) Cimatec, da Bahia.

Por fim, as especializações em nível técnico também devem ser valorizadas, e podem contribuir para uma expansão mais rápida desse mercado no Brasil. Em razão de o mercado de hidrogênio verde ainda ser embrionário, há dificuldade de mapeamento de salários para cargos que lidem diretamente com esse ramo de atuação industrial. De acordo com a consultoria Robert Half, que compila anualmente a média salarial de diferentes empresas, profissionais ligados à energia verde podem ter vencimentos que variam de R$ 6 mil a R$ 30 mil, dependendo do cargo e da experiência. A consultoria menciona que ter um bom conhecimento de base, com cursos sólidos, e um bom domínio do inglês são essenciais para alcançar o sucesso na busca por uma vaga no mercado de trabalho. A Robert Half diz ainda que os salários praticados por multinacionais devem ser maiores do que a média do mercado que ainda está surgindo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.