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11/Apr/2024

Máquinas: AGCO amplia a aposta em tecnologia

Ao comprar a divisão agro da Trimble, uma empresa que fornece tecnologias de automação e telemetria para diferentes segmentos, a AGCO estabeleceu um marco na indústria: o negócio, de US$ 2 bilhões, anunciado em setembro do ano passado, foi a maior aquisição de uma empresa de tecnologia já feita por uma fabricante de máquinas agrícolas. Concluída a compra, a AGCO passará a se dedicar integralmente à estratégia desse novo negócio. A primeira novidade, anunciada na segunda-feira (08/04), exatamente uma semana depois da conclusão da compra, no doa 1º e abril, é a criação da marca PTx, sob a qual ficará todo o portfólio de agricultura de precisão da nova empresa. Com a PTx Trimble, nome da operação, o público-alvo da AGCO não vai se restringir aos produtores rurais que utilizam máquinas das marcas do grupo, como Fendt, Valtra e Massey Ferguson.

A lógica é similar à da aquisição da fabricante de equipamentos Precision Planting, então uma subsidiária da Monsanto, mas, com a PTx Trimble, a escala é maior. Em 2017, quando comprou a Precision Planting, a unidade terminou o ano com vendas de US$ 95 milhões. No ano passado, as vendas passaram de US$ 400 milhões. Em um curto espaço de tempo, foi quadruplicado o tamanho desse negócio. A PTx Trimble vai aglutinar produtos e inovações de seis startups que a AGCO incorporou nos últimos anos, mas PTx e Precision Planting serão as marcas do portfólio. As tecnologias que estarão sob esse guarda-chuva vão equipar máquinas novas das marcas da AGCO, mas também servirão para atualizações de maquinário dos produtores, mesmo que essas máquinas sejam de outros fabricantes. A PTx Trimble é um “growth business”, um negócio de crescimento acelerado.

Em 2023, a receita líquida global da companhia cresceu 13,9% em relação ao ano anterior, para US$ 14,4 bilhões. O mercado brasileiro também indica expansão no longo prazo, ainda que tenha encolhido em 2023 e deva ter nova retração neste ano. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas de máquinas agrícolas diminuíram 13,2% no País no ano passado, para 60,9 mil unidades. A despeito de a queda ter sido expressiva, o volume foi o segundo mais alto da história. Foram três anos de vendas muito fortes, mas agora, com a queda dos preços dos grãos, os produtores se retraíram. Mas, não é algo que vá durar para sempre. Como parte de seu plano para enfrentar a contração recente, a AGCO anunciou no mês passado que suspenderá parcialmente suas operações na fábrica de Santa Rosa (RS), onde a companhia produz colheitadeiras. A medida valerá por até três meses.

Além de ser uma aposta de crescimento no longo prazo, o mercado brasileiro tem sido uma referência para a AGCO no desenvolvimento de tecnologias e novas máquinas. As necessidades dos produtores rurais do País têm levado a companhia a dar prioridade a tecnologias que funcionam a plena carga mesmo quando não há internet disponível no campo. A conectividade é um desafio nas zonas rurais em todo o mundo, mas especialmente no Brasil, onde 70% das áreas de produção agropecuária não têm uma cobertura confiável de telefonia. Para desenhar as tecnologias, a AGCO pensou: “isso vai funcionar no Brasil?” As máquinas da AGCO têm sensores que identificam variações no solo ou nas plantas, fazem cálculos e sugerem ajustes no equipamento em tempo real, sem que precisem de sinal de telefonia. A diretriz continuará sendo essa na nova fase dos negócios. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.