12/Mar/2024
A Sigma Lithium, mineradora comandada pela brasileira Ana Cabral-Gardner, com operações em Minas Gerais, levantou três financiamentos com bancos em linhas voltadas a projetos com ênfase nas áreas social, ambiental e de governança (ESG). Os créditos somam um total de US$ 90 milhões (cerca de R$ 450 milhões), com os bancos Citi (US$ 50 milhões), Santander (US$ 20 milhões), Banco do Brasil (US$ 10 milhões) e XP (US$ 10 milhões). A taxa média de juros é de 11%. A companhia havia anunciado recentemente uma carta de intenções com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção da segunda planta de lítio no Estado, num valor estimado em US$ 100 milhões (cerca de US$ 500 milhões). A Sigma Lithium ficou conhecida internacionalmente por se posicionar como um importante ator da transição energética.
Por meio de um método de extração com menos impacto, a empresa explora o lítio no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, para fornecer o metal à cadeia de produção de baterias que equipam veículos elétricos. O primeiro embarque do metal ao exterior foi feito pela companhia no ano passado. Com a segunda planta "greentech", a empresa espera aumentar a capacidade de produção do seu lítio em aproximadamente 240 mil toneladas (com capacidade estimada de 6% de Li2O), totalizando cerca de 510 mil toneladas ao ano. As linhas de crédito com prazo mais longo ampliam a flexibilidade de financiamento no momento em que o Conselho se prepara para tomar uma decisão final sobre a construção da segunda linha de produção greentech. No fim de janeiro, a empresa anunciou um aumento de 27% nas reservas de lítio no projeto Grota do Cirilo, no Vale do Jequitinhonha, para um patamar potencial de até 150 milhões de toneladas, volume que a colocaria na quarta posição mundial no segmento.
A Sigma Lithium abriu capital na Bolsa do Canadá, assim como um grupo grande de empresas de mineração, e tem ações negociadas na Bolsa Nasdaq, nos Estados Unidos. Desde a estreia no mercado de capitais, em 2018, os papéis da companhia saltaram de pouco mais de US$ 1,00 para mais de US$ 40,00. Mas, passaram por uma queda relevante recentemente, com a retração nas cotações do lítio. Neste ano, as ações acumulam queda de cerca de 60% e o grupo é avaliado em US$ 1,48 bilhão (US$ 7,425 bilhões). De janeiro a setembro de 2023 (dado mais recente), as receitas da companhia somaram US$ 130 milhões (R$ 650 milhões), mas a empresa ainda registrava prejuízo. Por seu posicionamento voltado à transição energética, a companhia também tem atraído interesse de investidores mundo afora e, num processo de revisão estratégica, anunciou que poderia colocar uma fatia ou o total do negócio à venda para um novo sócio. Entre os potenciais interessados estariam a montadora chinesa BYD e a Volkswagen. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.