06/Mar/2024
A Bayer obteve lucro líquido de 1,337 bilhão de euros (US$ 1,45 bilhão, com US$ 1 = 0,92 euro) no quarto trimestre de 2023. O resultado representa alta de 99,8% ante igual trimestre de 2022, quando o lucro líquido foi de 611 milhões de euros. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) antes de itens especiais foi de 3,023 bilhões de euros, valor 22,9% superior aos 2,46 bilhões de euros reportados no quarto trimestre de 2022. Já as vendas tiveram redução de 1,2% no trimestre, para 11,86 bilhões de euros. Os resultados superaram as previsões do consenso da Vara Research, que estimavam lucro líquido de 634 milhões de euros, Ebitda antes de itens especiais de 2,27 bilhões de euros e vendas de 11,65 bilhões de euros. As vendas na divisão Crop Science, que inclui produtos agrícolas, subiram 1,1% no quarto trimestre, para 5,63 milhões de euros, com volumes mais altos na América Latina e América do Norte. Contudo, em todo o ano fiscal, as vendas caíram 7,5% no trimestre, para 23,27 milhões de euros.
Segundo a companhia, isso ocorreu principalmente em virtude da redução nos preços dos produtos à base de glifosato. Já na divisão de produtos farmacêuticos, as vendas recuaram 5,7% no trimestre, para 4,579 milhões de euros, e cederam 6% no ano todo em comparação com 2022, totalizando 18,081 milhões de euros. Os ganhos foram atribuídos aos novos produtos Nubeqa e Kerendia, além do crescimento nas vendas de Eylea e no negócio de Radiologia, mas que foram “em grande parte compensados por quedas na China”, disse a Bayer. As vendas de saúde ao consumidor registraram aumento de 3,5% no trimestre, para 1,578 milhão de euros. No ano, as vendas tiveram baixa de 0,8%, para 6,027 milhões de euros. O presidente da Bayer, Bill Anderson, afirmou que a companhia não planeja se separar em unidades distintas, por enquanto. "Nossa resposta é: não agora, mas isso não deve ser interpretado como ‘nunca’”, disse. O conglomerado farmacêutico e agrícola alemão tem examinado opções para o grupo, a fim de reduzir a dívida e impulsionar o preço das ações.
Investidores pressionam a Bayer para se dividir, uma vez que as três unidades se diferem entre si. Em vez disso, a Bayer decidiu dedicar os próximos 24 a 36 meses para a construção de um pipeline farmacêutico, enfrentar litígios, reduzir a dívida e continuar implementando o novo modelo operacional para melhorar o desempenho. Na reconstrução farmacêutica houve a descontinuação do medicamento experimental asundexian, que apresentou resultados “decepcionantes”. A empresa também está envolvida em batalhas legais decorrentes de seu negócio com a Monsanto, que ligam o herbicida Roundup com casos de câncer. Além disso, para economizar, a Bayer reduziu seu dividendo para o mínimo legalmente exigido e disse que pretende pagar o mínimo tanto em 2024 quanto em 2025. Ainda, baseando-se nos planos para reduzir camadas de gestão, a fim de otimizar as operações, a empresa afirmou que a ação resultará na eliminação de 2 bilhões de euros em custos.
Para 2024, a Bayer estimou as vendas entre 47 bilhões de euros e 49 bilhões de euros, ante 47,64 bilhões de euros em 2023. O Ebitda foi projetado entre 10,7 bilhões de euros e 11,3 bilhões de euros. O lucro líquido deve ser de 5,10 euros por ação a 5,50 euros por ação, ante 6,39 de euros por ação reportados no ano passado. Analistas do Deutsche Bank avaliaram que as metas ficaram abaixo das projeções, que indicam queda de 9% no Ebitda ante o ano anterior e contração de 19% no lucro por ação no ponto intermediário. Já analistas do banco Citi disseram que a previsão de recuo no lucro por ação pode levar a rebaixamentos do consenso, que poderiam resultar em baixa de 7% no ponto intermediário da faixa de orientação. Além disso, os resultados e a atualização da estratégia da Bayer devem gerar uma resposta negativa no preço das ações, depois que o CEO observou que a empresa tem margem limitada para manobrar em suas opções estruturais, afirmaram analistas da Jefferies. Fonte: Broadcast Agro.