26/Feb/2024
A Petrobras informou que o memorando de entendimento visando futura produção de amônia verde no Brasil é com uma empresa chinesa. A Petrobras ainda não revela o nome do parceiro, mas, se a parceria prosperar, a ideia é que leve à implantação de uma planta piloto de amônia verde no Brasil em local ainda a ser decidido. Este ainda é um projeto para teste da rota tecnológica, no caso, produção de amônia a partir de nitrogênio e hidrogênio verde. O negócio estudado com os chineses está um passo atrás do que é objeto de um outro memorando da Petrobras com a empresa dinamarquesa European Energy, para avaliar, em caráter não vinculante, oportunidades de negócios visando o desenvolvimento de um projeto de planta de e-metanol no Brasil.
Nesse caso, a European Energy já propôs um contrato de fornecimento do combustível de navegação, fabricado a partir de hidrogênio verde e CO2 oriundo de plantas de etanol. Nenhum dos dois projetos está fechado. Mas, o interessante é que a European Energy está trazendo junto um contrato. Isso ajuda. Tendo mercado, é mais fácil ficar em pé o projeto. Então com a Dinamarca é um negócio mais comercial. Com a China, ainda é um projeto piloto. Com relação ao combustível sustentável de aviação (SAF), a Petrobras se prepara para erigir duas unidades dedicadas à BioQAV na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão (SP), e no Polo Gaslub, no Rio de Janeiro, com capacidades de 15 mil barris por dia (bpd) e 19 mil bpd, respectivamente.
Essa nova capacidade conjunta, de 34 mil bpd vai representar pouco menos de 30% do atual volume de produção de QAV do País, estimado em 113 mil bpd e com largo espaço para crescimento, a ser puxado por metas de descarbonização do setor nos próximos anos. Para SAF, esses são os dois projetos incluídos no plano estratégico até 2028, estando ambos bem encaminhados. Sobre a rota tecnológica de produção desse SAF Petrobras, a empresa usa hoje a chamada "Hefa", sigla em inglês para Ácidos Graxos e Ésteres Hidroprocessados, baseada em óleos e gorduras, e a qual deve predominar à frente.
Mesmo assim, a estatal ainda observa e estuda a rota alternativa "alcohol-to-jet" (ATJ), que está no centro dos planos de empresas como a Raízen. Esse produto, também chamado de querosene parafínico sintético de álcool para jato, consiste na conversão de biomassa celulósica (cana de açúcar e palha de milho) em etanol e sua conversão em combustível de aviação após uma série de reações químicas que envolvem desidratação, hidrogenação, oligomerização e hidrotratamento. Ainda no radar da Petrobras, essa rota é considerada promissora, mas estaria cerca de dois anos atrasada ante a "Hefa" em termos de maturidade e escala. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.