23/Feb/2024
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) ainda não tem dados sobre possíveis atrasos nas exportações de grãos decorrentes especificamente da operação padrão adotada pelos fiscais federais agropecuários, que reivindicam melhores salários, reestruturação da carreira e concurso público para abertura de mais vagas. Os atrasos na liberação de cargas nos portos já são frequentes e não necessariamente reflexo do movimento da categoria. As liberações de certificados fitossanitários pela fiscalização federal (documento exigido para exportação de grãos) levam hoje em torno de nove dias, causando prejuízo diário de US$ 120 milhões ao País.
Neste intervalo, o prejuízo pode alcançar US$ 1,08 bilhão. Atualmente, não há no governo um corpo suficiente de fiscais federais agropecuários para atender à demanda na liberação dos certificados, emitidos após uma análise laboratorial dos produtos embarcados. Os documentos são exigidos pelos países compradores. As empresas exportadoras só recebem o pagamento pela carga depois da liberação dos certificados. Em média, cada navio carregado de soja custa US$ 30 milhões. Em época de safra, o Brasil carrega em torno de quatro navios por dia.
A situação já é grave, independentemente do movimento dos fiscais agropecuários. O prazo médio para a liberação de certificados nos Estados Unidos é de 48 horas, enquanto a Argentina libera o documento em 24 horas e em até 6 horas, nos casos de urgência. Este é o 'custo Brasil' e não é um problema de hoje, ele já existia antes mesmo da mobilização. A Anec vem alertando para esse problema há tempos. O início dos embarques externos de açúcar, milho e algodão no segundo semestre tornará a situação insustentável. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.