15/Feb/2024
O Porto de Santarém (PA) movimentou 17,3 milhões de toneladas de cargas em 2023, volume recorde e 31% maior ante 2022. O terminal é um dos principais destinos dos grãos de Mato Grosso e, do total de cargas movimentadas entre exportações e importações, 9 milhões de toneladas foram de produtos agrícolas, principalmente soja, milho e fertilizantes. Mesmo com a expectativa de menor produção em 2023/2024, os operadores sinalizam aumento na movimentação neste ano. O Brasil não terá uma supersafra, mas a safra será robusta e a administração do porto está trabalhando em melhorias estruturais para receber o volume.
Todo o volume recebido no porto é destinado ao exterior, para Estados Unidos, Europa, África, China e outros países asiáticos. No ano passado, pela primeira vez um dos embarques teve Cuba como destino. Foi uma carga de milho para uma granja. Houve muitas dificuldades devido ao embargo dos Estados Unidos. O Porto de Santarém integra o chamado Arco Norte, canal de escoamento que vem ganhando cada vez mais importância nos embarques de cargas agrícolas. De acordo com o mais recente boletim logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), publicado no fim de janeiro, os portos do Norte e do Nordeste brasileiro foram responsáveis por 33,8% das exportações de soja do Brasil em 2023.
Ao longo do ano passado, 34,3 milhões de toneladas da oleaginosa passaram pelos terminais. As cargas internas de Santarém chegam principalmente por hidrovias e, em menor parte, por via terrestre. A produção do meio-norte e do norte de Mato Grosso segue pela BR-163 ou pelo Rio Tapajós até o Porto de Miritituba/Itaiatuba (PA). De lá, descem por barcaças pelo Rio Amazonas até Santarém. No ano passado, em função da seca na região amazônica, houve problemas com as rotas aquáticas e boa parte da carga foi redirecionada para as estradas. A Cargill, maior empresa a operar cargas agro no terminal, redirecionou volumes para outros destinos por rodovias.
O Porto de Santarém bateu recorde, mas a movimentação poderia ser maior não fosse a seca. Neste ano, Santarém espera dar início à importação de combustível, o que deve elevar ainda mais as cargas que passam pelo terminal. Mas a grande mudança seria a conclusão da pavimentação da BR-163. O asfalto traria muitos benefícios, pois seria possível receber cargas de algodão. Por ser um produto delicado, a pluma acaba não sendo escoada por vias não pavimentadas. Mas, não basta terminar o asfalto. É preciso mantê-lo, pois o trânsito de caminhões é cada vez mais intenso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.