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09/Feb/2024

Armazenagem: estrutura do Brasil segue deficitária

A Kepler Weber, líder em equipamentos para armazenagem e pós-colheita na América Latina, afirmou que a estrutura para estocagem de grãos no País segue deficitária, o que elevará os custos ao produtor nacional em 2023/2024. A rentabilidade no campo está menor, com preços mais baixos dos grãos e frete mais caro mesmo em período de colheita da oleaginosa. Tanto o agricultor quanto as cooperativas estão sentindo a pressão do déficit de armazenagem em suas operações, afinal, mesmo com a quebra de produção prevista para esta safra, ainda haverá um incremento de cerca de 30 milhões de toneladas de soja, quando comparado com 2021.

A Kepler estima que o déficit na armazenagem gire em torno de 100 milhões de toneladas. O Brasil já não conseguia guardar toda a sua produção quando colheu cerca de 270 milhões de toneladas de grãos há três anos. Esse déficit apenas se exacerbou quando a produção brasileira ultrapassou 320 milhões de toneladas em 2022/2203, e não será este ano, em que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê queda de 4,2%, ou 13,5 milhões de toneladas a menos de grãos, que o problema será menos significativo. Há ainda a considerar as particularidades desta safra.

A falta de umidade no início do ciclo da soja levou ao desenvolvimento irregular do grão e à necessidade de replantio em algumas regiões. Essa irregularidade demanda diferentes cuidados na hora de armazenar. Sempre que acontece uma situação de estresse na lavoura, de seca acentuada, que nesta safra foi principalmente no mês de dezembro, há um desenvolvimento desuniforme na lavoura. Isso traz bastante complexidade ao processo de armazenagem em si, como maior cuidado no processo de limpeza, plastificação e padronização dentro da unidade armazenadora.

Grãos de tamanhos e níveis de maturidade diversos exigem cuidados específicos. O ano vai exigir atenção na conservação. No caso do milho, o cenário para o produtor também é desafiador, visto que a maior produção nacional ocorre após a colheita da soja, que atrasou. Problemas para armazenagem podem acontecer. O Brasil continua na “UTI” em termos logísticos e de armazenagem. Apesar desse cenário, a Kepler se diz preparada para atender a demanda, com equipamentos e tecnologia. Além de iniciar 2024 com uma carteira de clientes maior que a do ano anterior, vê interesse crescente no investimento por parte do agronegócio.

Não há desaceleração no crescimento. Nos insumos o produtor pode fazer substituições, por exemplo. Na armazenagem, é preciso fazer esse investimento em capacidade, não tem outra solução. Além disso, muitas vezes o agricultor prioriza outros investimentos, como um aumento de área ou em maquinário, e acaba deixando a armazenagem para depois. Ela sempre foi importante, mas não era prioridade. Esse estresse causado pela inflação dos fretes durante a colheita a fez subir para a primeira prioridade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.