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23/Jan/2024

Frete Rodoviário: agronegócio vai pagar mais caro

O preço do frete terrestre para o escoamento da safra 2023/2024 deve ser de 5% a 10% mais alto em relação ao ciclo 2022/2023, estima o Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (Esalq-Log). Apesar da quebra na safra de soja, a redução da produção não será tão expressiva e a demanda por transporte no auge da colheita tende a se concentrar e elevar os preços. O País terá entre 3 milhões e 4 milhões de toneladas a menos de soja em relação ao ciclo 2022/2023, mas ainda assim será uma safra muito grande. O pico da colheita de soja deve ocorrer em março, quando serão transportados os maiores volumes, mas o mercado de fretes deve começar a se aquecer mesmo na segunda metade de fevereiro. Neste início de ano, o frete de Sorriso (MT) ao Porto de Miritituba (PA) já está acima do verificado em igual período do ano passado, cotado agora a R$ 280,43 por tonelada de soja. Em janeiro de 2023, o valor era de R$ 261,78 por tonelada, alta de 7,12%.

Para a segunda metade do ano, o transporte de grãos tende a se desacelerar em função da previsão de uma menor 2ª safra de milho em 2024. Nos últimos anos, o pico dos preços de frete da 2ª safra, entre agosto e setembro, era maior do que o da colheita de verão (1ª safra), em março. Mas neste ano será o inverso. Os valores mais baixos devem ser registrados no último trimestre de 2024. Neste ano, a tendência é de que o Brasil tenha uma "entressafra" de transporte de grãos, ao contrário do ano passado, quando os embarques foram contínuos. Até agora, o País está exportando muito em função do estoque de passagem. Mas, a partir de outubro, os preços do frete devem cair bastante e voltar à sazonalidade típica desse período do ano. O Movimento Pró-Logística lembra que o valor do frete terrestre é extremamente volátil, mas, na média, os preços devem ficar próximos aos do ano passado. Devido ao volume um pouco menor a ser transportado na safra 2023/2024, será mais fácil escoar os grãos este ano.

A diminuição no ritmo de exportações no Arco Norte em função da seca do ano passado não deve se repetir em 2024. A chegada das cargas até os portos das Regiões Sul e Sudeste também não deve ter tantos entraves como se viu no ano passado, por causa de intempéries. É comum haver atrasos quando há muitos navios atracados ao mesmo tempo. Ainda assim, os embarques ficarão, na média, dentro da normalidade. Às vezes se escala vários navios para o mesmo porto, mas o Brasil está investindo em novos portos, a cada safra vem se preparando mais. Para o frete marítimo, a Esalq-Log diz que há tendência de redução no curto e no médio prazos, principalmente em função da menor volatilidade do preço internacional do petróleo e da menor demanda. Até o momento, os conflitos no Mar Vermelho não afetaram o fluxo do transporte de grãos. Mas, a intensificação dos conflitos pode provocar mudanças no cenário. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.