18/Jan/2024
Após suspender de forma cautelar a aplicação foliar em área total do fipronil no Brasil, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) não descarta impor restrições mais severas ao princípio ativo no futuro, quando se encerrar o período de reavaliação da substância. Segundo o Ibama, tem um ano que o processo de reavaliação começou, e essa foi uma medida cautelar. Foi considerado por bem suspender a aplicação foliar do fipronil, mas no final o Ibama costuma restringir ainda mais os usos e as culturas. Registrado no Brasil desde 1994, o inseticida é usado em 23 culturas e indicado para controle de insetos sociais, sobretudo formigas e cupins.
Por isso, foi pensado inicialmente para ser aplicado sobre o solo, modo de uso que segue autorizado no País, e no tratamento de sementes (principal mercado da substância). A aplicação de uso foliar em área total, suspensa pelo Ibama, passou a ganhar popularidade três anos após expirada a patente do princípio ativo, o que abriu espaço para a criação de novos produtos à base da substância. Quando houve a expiração da patente, muitas empresas de genéricos entraram com pedido de registro desse produto para uma modalidade de aplicação foliar, justamente a que o Ibama suspendeu numa medida cautelar. Dentre as principais culturas afetadas pela suspensão, estão a soja e o algodão. Nestas lavouras, o fipronil vinha sendo usado para o controle do percevejo e do bicudo, respectivamente. Já a aplicação aérea foi proibida pelo Ibama em 2012, quando surgiram os primeiros casos de mortalidade de abelhas relacionados ao inseticida. Não há um banco de dados estruturado para dizer quantas abelhas já morreram.
Mas, há denúncias muito recorrentes de mortandade de abelhas no Ibama e, dentre os casos analisados, o fipronil é o ingrediente ativo que mais aparece. Além da suspensão da pulverização foliar em área total, o Ibama também determinou que as empresas do setor publiquem folheto complementar, etiqueta ou outro meio eficaz advertindo o consumidor sobre a toxidade do produto para as abelhas. O prazo preocupa a indústria de defensivos. Segundo a CropLife, o prazo é bastante desafiador para ser cumprido em plena época de safra. Além disso, a medida não prevê um período de transição para produtos que porventura estejam estocados nos canais de vendas ou com os próprios agricultores, para que possam ser escoados ou destinados. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.