17/Jan/2024
Se de um lado o fenômeno El Niño provoca chuvas irregulares e prejuízos ao campo, de outro, impulsiona negócios como o da FieldPRO, empresa de tecnologia para monitoramento de microclima em fazendas. Fundada há pouco mais de cinco anos, a startup fechou 2023 com cerca de 1.100 estações meteorológicas instaladas nas lavouras do País. O salto maior foi registrado de setembro a dezembro, quando 450 novos equipamentos foram vendidos. Não por acaso, é nesse período em que há maior movimentação em plantações de grãos ou canaviais. E esses dois segmentos foram cruciais na estratégia de expansão da empresa, que tem mirado contratos com grandes grupos de produção. O Grupo Scheffer, um dos maiores produtores de soja do País e mais de 100 mil hectares plantados, as usinas Cerradão, Batatais e Alta Mogiana, gigantes da cana-de-açúcar, acabam de integrar a lista de clientes da FieldPRO.
Neste ano, a meta é triplicar o número de estações meteorológicas no Brasil. Para concretizá-la, a empresa seguirá mirando grandes clientes. O principal argumento para fechar negócio tem sido a interpretação de dados gerados por tratores, colheitadeiras e pulverizadores e que são processados juntos das informações coletadas pelas estações meteorológicas, como chuva, temperatura e velocidade do vento. A máquina diz quando foi feita a aplicação, onde, o início e o fim. O sistema FieldPRO importa esses dados e informa se foi bom ou não. Além disso, sugere uma janela ideal para aplicação de produto, por exemplo. No final de cada operação, é entregue um relatório com o balanço do uso de insumo, quanto foi desperdiçado pela operação ou não e como seria a economia se tivesse sido executada dentro da janela ideal. A parceria firmada pela startup com a norte-americana SpaceX também dá sustentação ao plano de expansão da FieldPRO, porque agora é possível oferecer conectividade via satélite acoplada às estações meteorológicas.
Isso permite que sejam instaladas nas áreas mais isoladas, e ainda assim estarão em funcionamento, gerando e cruzando dados das máquinas. As estações ficavam na sede da fazenda ou próximas a locais com algum sinal de operadora, para estarem conectadas ao wi-fi. Agora, onde ela está, tem conectividade. É possível, em tempo real, avisar à máquina parar a operação se for preciso, por exemplo. Com uma tese renovada sobre o valor agregado aos clientes, novos e grandes contratos assinados e uma parceria que resolve um dos maiores problemas do campo, a conectividade, a FieldPRO acredita que a captação de R$ 30 milhões pretendida está muito perto de acontecer. Dois fundos com recursos familiares (family offices) e um de corporate venture estão prestes a investir na empresa, que recebeu seu último investidor em janeiro de 2023. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.