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16/Jan/2024

Grupo Botuverá compra a Valloura Agroinovação

O Grupo Botuverá, de Rondonópolis (MT), que atua nos ramos de transportes e agronegócio, comprou 51% da conterrânea Valloura Agroinovação, produtora de fertilizantes especiais criada em 2019. As empresas não informaram o valor do negócio, concluído em dezembro, mas disseram que a Valloura destinará os recursos quase integralmente a investimentos para expandir a produção de adubos organominerais e a presença comercial da companhia em outros Estados do País. A expectativa da nova controladora é que a Valloura alcance faturamento de R$ 60 milhões já em 2024. Em cinco anos, o alvo é chegar a R$ 500 milhões de receita com a venda dos insumos em Mato Grosso, Goiás e Rondônia, onde a empresa já atua, e chegar também a Mato Grosso do Sul. Para isso, a Botuverá espera investir de R$ 25 milhões a R$ 30 milhões nos próximos três anos para concluir uma fábrica de fertilizantes especiais em Rondonópolis, na qual a Valloura já deu início às obras, e construir uma planta para mistura de calcário na região médio-norte de Mato Grosso.

A ideia é que a unidade fique próxima das minas do mineral e do centro de consumo desses produtos. A aquisição se encaixa no perfil de diversificação de atividades do grupo Botuvará e houve sinergia no negócio. A clientela vai ser praticamente a mesma. A ideia é agregar o conhecimento de mercado e a governança na administração do Grupo Botuverá, que são áreas deficitárias atualmente na Valloura. Um dos desafios será o marketing dos produtos. O investimento na área de fertilizantes especiais é estratégico para o grupo e reflete uma análise interna da companhia sobre as perspectivas de crescimento desse mercado, que tem atraído as gigantes globais de insumos cada vez mais. É um mercado imenso. As grandes multinacionais de insumos estão investindo porque o segmento realmente tem potencial. Segundo a RSA Capital, que intermediou o acordo, a negociação foi fechada na modalidade “cash in”, em que se direciona o recurso da aquisição para investimento na própria empresa.

Esse é um segmento que cresce muito e tem apelo ambiental, mas a Valloura estava com dificuldade de gestão, governança e logística. Esse mercado tem margem grande e potencial de crescimento enorme. A equipe técnica de pesquisa e desenvolvimento da Valloura será mantida. A empresa tem em seu portfólio a exclusividade para comercialização de formulações de marcas globais de produtos para nutrição e fisiologia vegetal, itens que complementam os adubos tradicionais nas lavouras. Esse movimento é estratégico para sermos referência em inovação no segmento de insumos agrícolas de alta performance. O Grupo Botuverá tem 35 mil hectares de cultivo de soja e milho em Mato Grosso, além de 20 mil cabeças de gado e uma área de reflorestamento. A companhia faturou R$ 811 milhões no intervalo de 12 meses entre setembro de 2022 e agosto de 2023. A transportadora, que tem 300 conjuntos, com capacidade de 50 toneladas cada, respondeu pela maior parte (R$ 505 milhões).

Em 2023, os caminhões transportaram 1 milhão de toneladas de produtos. A empresa também contrata terceiros para realizar fretes para o agro local. A compra da Valloura é mais um dos passos de expansão da Botuverá, que nasceu há quase 50 anos em Brusque (SC) e está sediada em Rondonópolis há 38 anos. Com a chegada das ferrovias a Mato Grosso, o grupo ajustou parte dos conjuntos para transportar contêineres, e, mais recentemente, adaptou a frota para escoar etanol de milho, DDG e cavacos de madeira, material que as usinas aproveitam como fonte de energia. Com isso, os negócios da transportadora cresceram 30% nos últimos três anos. A empresa tem uma estrutura sólida de governança preparada para continuar. Com balanço auditado pela KPMG e conselho de administração, a Botuverá captou R$ 80 milhões em 2023 com um Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA). Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.