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09/Jan/2024

Logística: frete marítimo ficará mais caro em 2024

Uma análise produzida pela empresa de logística MTM Logix aponta para risco de que o frete marítimo fique de 5% a 10% mais caro até o fim deste ano. A avaliação é de que os resultados operacionais do final de 2023 devem resultar na racionalização da capacidade das embarcações, impulsionando as taxas de frete para cima. No curto prazo, porém, os efeitos só devem ser sentidos para serviços contratados com pouca antecedência, poupando empresas que já têm contratos firmados para o longo prazo. Nos três primeiros meses deste ano, o desafio será a disponibilidade de contêineres, que deverá ser o principal ponto de pressão para o aumento das tarifas.

Estima-se um aumento na demanda de cerca de 9,3% contra uma capacidade de transporte de 2,2%. Somado à cautela em razão dos resultados dos últimos meses, a escassez de contêineres deve ser acelerada pelas restrições de navegação no Canal de Suez em razão dos conflitos no Oriente Médio. Segundo estimativas da MTM Logix, 10% dos contêineres do mundo passam pela rota do Mar Vermelho. No caso do Brasil, a rota é importante para as exportações de carne para os países do Oriente Médio. Com a necessidade de que os navios naveguem por maiores distâncias, os contêineres ficam mais tempo em uso. Além disso, há ainda tensão sobre questões como a sobretaxa de combustível e congestionamentos e adicionais de portos.

No último levantamento do tipo publicado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 2022, o aumento do preço do frete foi considerado o principal problema nos negócios para 90% das empresas com operações de comércio exterior. Assim, há sinalização de cautela para as consequências das oscilações previstas. Na primeira semana de 2024, uma tentativa de ataque a um navio da Maersk fez o preço do frete disparar. As taxas de transporte da Ásia para o Norte da Europa atingiram mais de US$ 4 mil por contentor de 40 pés no dia 4 de janeiro, de acordo com dados da Freightos (CRGO.O), uma plataforma de reservas e pagamentos para frete internacional. Se estes conflitos e restrições persistirem, a perspectiva é de mudança nos padrões de serviço.

Os setores que lidam com mercadorias a granel, produtos de consumo e eletrônicos devem ser os mais afetados. No entanto, fazer previsões definitivas nesta fase continua sendo um desafio. É preciso aguardar mais sinais do cenário geopolítico, que está em evolução. Para a cabotagem, que é a navegação nacional entre os portos, a pressão pela falta de contêineres deve ser sentida em menor grau. A Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac) explica que o modelo dos contratos já firmados poupa o setor de efeitos imediatos. É somente se tiver persistência desses valores. Mas, é muito mais demorado que o que ocorre com o longo curso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.