05/Dec/2023
A possibilidade de a Petrobras abrir uma subsidiária em país do Golfo Pérsico está hoje restrita a parcerias comerciais na área de fertilizantes, afirmou o presidente da estatal, Jean Paul Prates. Ele disse que não houve qualquer anúncio ou decisão nesse sentido, e mencionou a existência de estudos, em análise interna na companhia, para que a Petrobras faça investimentos cruzados na área de fertilizantes, possivelmente com a Arábia Saudita. O governo saudita já teria, inclusive, demonstrado interesse em negócio do tipo. O desenho em análise prevê investimentos geminados nos dois países, com a Petrobras sendo dona de participação em uma planta de fertilizantes na Arábia Saudita e os sauditas com percentual em uma planta no Brasil. Isso implicaria em constituir pessoa jurídica em algum país do Golfo, o que hoje tem baixo custo. Ele afirmou que não se trata de deixar de investir no Brasil, é justamente o contrário.
A ideia é convergir no fornecimento de matérias primas e compra de suprimentos, para garantir oferta segura de fertilizantes ao nosso agro, com preços competitivos, melhores ou iguais ao do importado. Ele frisou que, antes de qualquer decisão final de investimento, os estudos têm de passar pelos níveis de diretoria e conselho de administração da Petrobras. Prates lembra que a Arábia Saudita tem larga oferta de insumos nitrogenados, enquanto o Brasil tem potássio, ambas matérias primas essenciais à produção de fertilizantes, assim como o gás natural, detido pelos dois países, mas a preços muito mais altos no Brasil. Uma combinação dessas ofertas, afirma, abriria caminho para produção de fertilizantes a preços mais competitivos em solo brasileiro e para importação de volumes seguros da Arábia Saudita, por exemplo.
Durante a COP28, em Dubai, o presidente da Petrobras falou genericamente sobre o movimento, o que gerou ruído após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizer que não havia sido informado sobre a iniciativa. Prates afirmou que já disse ao presidente Lula que a única forma de assegurar algum tipo de suprimento de fertilizante para o agronegócio, que não dependa de outros mercados e suas flutuações, é uma parceria, um investimento cruzado. Segundo o executivo, diferente da Petrobras China, subsidiária no país asiático cujos estudos de implantação devem terminar em dezembro, uma eventual subsidiária no Golfo Pérsico não seria tão genérica, mantendo o foco nas sinergias para produção tradicional de fertilizantes. Um segundo estágio dessa parceria poderia acontecer para a produção dos chamados fertilizantes verdes, como amônia verde e ureia, o que poderia se estender ao desenvolvimento de outras pesquisas conjuntas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.