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30/Nov/2023

Máquinas: desempenho do setor no Brasil em 2023

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o faturamento líquido total do setor de máquinas e equipamentos brasileiro caiu 4,8% em outubro, na comparação com setembro. Na comparação com outubro do ano passado, o faturamento líquido total da indústria caiu 12,1%. No acumulado de janeiro a outubro, o faturamento do setor caiu 9,8% e no acumulado em 12 meses, houve queda de 9,9%. O consumo aparente de máquinas e equipamentos fabricados no Brasil em outubro caiu 9,2% na comparação com setembro. Na comparação com outubro do ano passado, o consumo aparente de máquinas e equipamentos recuou 19,1%. De janeiro a outubro, o consumo aparente de máquinas e equipamentos registrou queda de 10,4% e no acumulado de 12 meses o recuo foi de 9,8%. O consumo aparente de bens industriais é definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações.

O número de trabalhadores na indústria brasileira de máquinas e equipamentos cresceu 0,1% na margem em outubro. Em relação a outubro de 2022, houve queda de 1,9%. No acumulado do ano até outubro, houve recuo de 0,4% no emprego, enquanto nos últimos 12 meses, houve alta de 0,1%. No ano, houve criação de pouco mais de 1.100 postos de trabalho. Entre os grupos setoriais, houve admissões nos produtores de máquinas para logística e para construção de componentes ao longo de 2023. As exportações de máquinas e equipamentos são o ponto forte do setor em 2023, que convive com uma demanda interna fraca. Essas exportações devem registrar faturamento de US$ 14,0 bilhões em 2023, superando o atual recorde, registrado em 2012, de pouco mais de US$ 12,3 bilhões. É a informação positiva, neste momento de desaceleração da atividade doméstica. O setor registrou queda de 4,8% no faturamento líquido total, na comparação com setembro. Em relação a outubro de 2022 a queda no faturamento foi de 12,1%.

Com o resultado, a receita do setor de máquinas e equipamentos acumula queda de 9,8% no ano até o momento. A demanda interna enfraquecida, entre outros, pela conjuntura de aperto monetário tem prevalecido frente ao cenário de aumento das exportações do setor. As exportações totais têm acumulado um desempenho melhor neste ano, e deverão crescer 15,5% em relação a 2022. Mesmo assim, pela receita interna fraca, a produção total deve encolher 8,2% no ano. Apesar da projeção de encolhimento de 8,2% na produção de máquinas e equipamentos neste ano, a perspectiva é de recuperação para o setor em 2024. Entre os vetores que devem ajudar o segmento, no ano que vem, o crescimento da economia deverá ser espraiado entre os setores, e não apenas focado na agropecuária, como ocorreu em 2023. O crescimento será mais diluído no ano que vem. A queda no juro deve puxar investimentos na indústria e na construção civil. Programas como o Minha Casa Minha Vida e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em um ano de eleições municipais, alavanca investimentos nas cidades.

A perspectiva de melhora nos demais setores, contudo, não deve acontecer no setor de máquinas agrícolas em 2024, que deve registrar um faturamento estável em relação a este ano. A mudança de governo na Argentina pode trazer impactos para o setor de máquinas e equipamentos em 2024. Isso porque, o corte de impostos, sobretudo o sobre as exportações, prometido por Milei durante a campanha, pode elevar os ganhos dos produtores argentinos e, consequentemente, contribuir para a exportação de máquinas brasileiras. A Argentina é o segundo mercado de máquinas agrícolas da América do Sul, portanto muito importante. Se o novo governo retirar as retenciones (imposto de exportação), isto aumentará a rentabilidade dos agricultores e haverá um aumento de vendas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.