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30/Nov/2023

Empresas e produtores regeneram solo para cultivo

A família do produtor Joel Carlos Hendges se mudou da Região Sul para a Região Nordeste do País, no Cerrado brasileiro, há mais de 40 anos. Sócio da fazenda Agropecuária Seis Irmãos, em Balsas, no Maranhão, ele enfrentou o desafio de fazer lavoura sustentável em uma região com escassez de água. São mais de 8 mil hectares cultivados com a assessoria da Preserv Ambiental, por meio de um dos programas da Cargill. A empresa oferece auxílio técnico e incentivo para sistemas agrícolas de baixo carbono na produção de soja em áreas já desmatadas, que estão sendo recuperadas. A meta é ambiciosa: nos próximos cinco anos, a companhia pretende recuperar 100 mil hectares, uma área equivalente à cidade de Nova York, sobretudo no Cerrado brasileiro, um dos biomas mais críticos do País. Para isso, um conjunto de programas conecta ambientalistas, empresários e acadêmicos no apoio aos agricultores que se dispõem a adotar práticas mais sustentáveis. Segundo a Cargill, os produtores têm um papel central na jornada de ter uma agricultura sempre à frente e sustentável e financeiramente viável.

O desenvolvimento do programa de restauração reuniu especialistas do Brasil, como pesquisadores de universidades, e instituições como Agroícone, Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Bioflora, Conservation International, Instituto Perene, SLC Agrícola, Solidaridad, Way Carbon e World Resources Institute, que se reuniram durante mais de um ano para desenhar a proposta. Na fase piloto, foram selecionadas sete iniciativas de restauração em diferentes biomas, somando 6 mil hectares. Os projetos apoiados são Territórios da Mata, em Machadinho (RS), com a Solidaridad; Iniciativa Verde, com Agroícone e Caminhos da Semente; Rede de Sementes do Cerrado, com Araticum, ICMBio e cooperativas rurais locais; Pretaterra, com fundo UBS Optimus; Projeto reNascer, com o Instituto Perene; Orla do Lago Paranoá, com o governo do Distrito Federal, e Fazenda São Geraldo, em parceria com a Bioflora. Os novos programas criados em parceria com organizações ambientais nacionais e regionais também irão apoiar os agricultores no desenvolvimento de técnicas para gerenciar suas áreas produtivas de forma mais sustentável.

Vão ainda fornecer incentivos e recursos para aumentar a lucratividade e ajudar os agricultores na regularização ambiental. Um exemplo é a parceria com a consultoria Preserv, do Maranhão, que atua junto a 35 produtores de cinco municípios do sul do Estado, entre eles Joel Hendges. O projeto abrange uma área de 60 mil hectares do bioma Cerrado e apoia os produtores para promover a regularização ambiental em suas propriedades visando a inclusão no Cadastro Ambiental Rural, o que facilita acesso a financiamentos e recursos oficiais. Outro programa patrocinado pela Cargill é o Regenera Cerrado, concebido a partir da inquietação de um grupo de produtores do sudoeste de Goiás, interessados em transformar a agricultura tradicional com práticas sustentáveis. Criado no Fórum do Futuro, em 2022, o programa é executado pelo Instituto BioSistêmico (IBS) e tem parceria com onze instituições nacionais e internacionais, abrangendo 12 fazendas da região, no entorno do município de Rio Verde (GO).

Segundo a Cargill, por meio da agricultura, será possível enfrentar os desafios das mudanças climáticas. No Paraná, pequenos agricultores não estão empenhados apenas em reduzir a emissão de gases de efeito estufa em suas propriedades, mas de recompor a Mata Atlântica que existia na região plantando espécies nativas como o cedro, o guapuruvu e a palmeira juçara. O projeto, uma iniciativa da Portos do Paraná, que administra o Porto de Paranaguá, já atingiu uma área de 19 hectares com o plantio de 35,5 mil mudas de 112 espécies. A recuperação florestal é feita em propriedades agrícolas na Área de Proteção Permanente de Guaraqueçaba, em Antonina, e abrange quatro bacias hidrográficas. O agricultor Zinel Leman dos Santos cultiva alimentos para a merenda escolar, como mandioca, verduras e legumes. O projeto trouxe mais qualidade de vida para os três filhos e fartura na mesa para toda a família. É a oportunidade para ter não só uma sombra, mas também aproveitar os frutos da terra e garantir o oxigênio para muita gente respirar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.