ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

30/Nov/2023

Rodovias: CNT aponta piora nas condições em 2023

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest/Senat divulgaram nesta quarta-feira (29/11) os resultados da 26ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias. O levantamento mostra que o estado geral da malha avaliada é de 67,5% regular, ruim ou péssimo e 32,5% classificado como ótimo ou bom. No ano passado, esse percentual era de 66% e, em 2021, de 61,8%. A pesquisa avaliou 111.502 quilômetros de rodovias pavimentadas, o que corresponde a 67.659 quilômetros da malha federal (BRs) e a 43.843 quilômetros dos principais trechos estaduais. A classificação do estado geral compreende três principais características da malha rodoviária: o pavimento, a sinalização e a geometria da via. Levam-se em conta variáveis como condições do pavimento, das placas, do acostamento, de curvas e de pontes. No detalhamento, o pavimento aparece com 30,5% de ótimo, 12,7% de bom, 34,2% de regular, 16,8% de ruim e 5,8% de péssimo.

A avaliação da sinalização das vias segue a mesma tendência de distribuição, porém com porcentual maior para péssimo: 11,9% de ótimo, 24,7% de bom, 41,2% de regular, 11,9% de ruim e 10,4% de péssimo. O critério de geometria das vias concentra os piores resultados. Esse é o quesito em que é avaliado o perfil da rodovia, incluindo itens como tipo de pista, a existência de curvas perigosas e a presença de acostamento. Nesse ponto, 14,8% foram classificadas como ótimo, 19,2% bom, 23,5% regular, 23,3% ruim e 17,2% péssimo. A realidade que o estudo expõe reforça a necessidade de manter investimentos perenes que viabilizem a reconstrução, a restauração e a manutenção das rodovias. Como desafio complementar, a CNT aponta que a previsão de investimentos em infraestrutura sofreu redução de 4,5% no volume de recursos para o setor em relação ao autorizado no Orçamento para infraestrutura de transporte em 2023, conforme prevê o Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2024 (PLOA 2024).

Diante desse cenário, a CNT trabalha para viabilizar um aumento na dotação, por meio de emendas para intervenções prioritárias em 2024, em consonância com as prioridades do transporte e da logística do País. O esforço no sentido de conseguir uma maior atenção com relação à infraestrutura rodoviária surtiu efeito neste ano. Isso porque a pesquisa estimou que o aumento do custo operacional do transporte rodoviário de cargas, em decorrência da má conservação do pavimento das rodovias no Brasil, foi de 32,7%. O percentual ficou levemente abaixo do registrado no ano passado: 33,1%. Uma das apurações do levantamento é a dos principais pontos críticos registrados nas rodovias do País: quedas de barreiras, erosões nas pistas, buracos grandes, pontes caídas e pontes estreitas. Trata-se de problemas na infraestrutura que interferem na fluidez dos veículos, oferecendo riscos à segurança dos usuários, aumentando significativamente a possibilidade de acidentes e gerando custos adicionais ao transporte.

Dentre os apontamentos, está a necessidade de eliminação de 2.684 pontos críticos, sendo 207 quedas de barreiras; cinco pontes caídas; 504 erosões nas pistas; 1.803 unidades de coleta com buracos grandes; 67 pontes estreitas e 62 outros tipos de pontos críticos que possam atrapalhar a fluidez da via. As rodovias administradas pela iniciativa privada no Brasil mantêm melhores índices de aprovação na comparação com as públicas. Ao analisar o resultado do estado geral das rodovias por tipo de gestão, a pesquisa contabiliza que as públicas, que representam 76,6% da extensão pesquisada neste ano, apresentam percentuais maiores de avaliações negativas: regular, ruim e péssimo. Essas más condições correspondem a 77,1%. Por outro lado, nas rodovias concedidas, que representam 23,4% da extensão pesquisada em 2023, os percentuais para o estado geral indicam uma situação oposta. De acordo com a pesquisa, 64,1% da extensão da malha concedida, avaliada pelo levantamento nessa característica, foram classificados como bom e ótimo.

A previsão de investimentos no modal rodoviário dentro do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é uma boa sinalização para ambos os tipos de gestão. Dos R$ 185,80 bilhões previstos, R$ 112,8 bilhões são da iniciativa privada (60,7%) e R$ 73,0 bilhões do governo federal (39,3%). "Essa realidade demonstra uma recuperação da capacidade de investir com duas frentes, via Estado e/ou por meio de relações de colaboração com a iniciativa privada, contemplando concessões e parcerias", avalia a confederação. A má condição da malha rodoviária brasileira resultará no consumo desnecessário de 1,139 bilhão de litros de diesel apenas neste ano. O cálculo é feito observando a qualidade do pavimento, que neste ano ficou com 56,8% de regular, ruim e péssimo; e 43,2% de ótimo ou bom. A deterioração impacta, além do preço do frete e, consequentemente, dos produtos para o consumidor final, no meio ambiente. Com 1,139 bilhão de litros de diesel consumidos, há a emissão de 3,01 milhões de toneladas de gases poluentes na atmosfera (MtCO2e). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.