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29/Nov/2023

Bayer descarta a alternativa de divisão de negócios

As notícias negativas e a queda nas ações da Bayer recentemente reacenderam os pedidos de investidores para a separação das unidades farmacêutica e agrícola em negócios distintos. O CEO da companhia alemã, Bill Anderson, afirmou que a empresa vai se recuperar rapidamente e alertou que a divisão não é a cura para os problemas. Se não houver uma abordagem mais ágil e responsiva no desenvolvimento de produtos, assim como proximidade com o cliente e agilidade em como os negócios são geridos, dividir a empresa não resolverá os problemas.

Na última semana, a Bayer cancelou um ensaio clínico para um medicamento que esperava ser a base de lucros futuros, o que frustrou as esperanças de que a empresa tivesse encontrado um sucessor para medicamentos lucrativos cujas patentes estão prestes a expirar. A companhia, cujos produtos incluem a aspirina e o herbicida Roundup, também foi condenada neste mês por um tribunal do Missouri (EUA) a pagar US$ 1,56 bilhão a quatro pessoas que alegaram que o Roundup causou câncer nelas, decisão que a empresa está contestando.

As notícias recentes fizeram com que as ações da Bayer despencassem no dia 27 de novembro. Até o fim da semana, a capitalização de mercado da Bayer caiu 8,7 bilhões de euros, equivalente a US$ 9,5 bilhões, para 32 bilhões de euros, inferior à dívida líquida da empresa de 38,7 bilhões de euros no fim do terceiro trimestre. As ações da Bayer perderam 21% de seu valor desde o fechamento de sexta-feira (24/11). Além disso, a empresa relatou um prejuízo líquido de 4,57 bilhões de euros no terceiro trimestre, em virtude de perdas em seu negócio de Ciências Agrárias e da queda nas vendas e nos lucros em produtos farmacêuticos.

Anderson, que se tornou CEO em junho, recebeu a missão de limpar os estragos da desastrosa aquisição da Monsanto por seu antecessor e reenergizar os negócios farmacêuticos. Após ingressar na companhia, ele nomeou uma equipe de especialistas, incluindo banqueiros de investimento, para mapear cenários potenciais de divisão. Em outubro, ele disse que a empresa descartou uma divisão em três partes e prometeu mais clareza no início do próximo ano. A Bayer possui três negócios principais: farmacêuticos, ciências agrárias e saúde do consumidor.

Investidores que pediram uma divisão, como a Bluebell Capital, argumentam que o preço das ações da Bayer registrou um desconto de conglomerado, ou seja, as partes individuais da empresa são mais valiosas separadamente do que a soma das partes como um todo. Para a corretora Jefferies, se todas as opções estiverem na mesa, é hora de dividir. O fracasso de ensaios clínicos recentes deixa a Bayer diante de um "penhasco de patentes", em que seu produto atual, o anticoagulante Xarelto, está prestes a expirar. Este contratempo aumenta os desafios enfrentados pelo novo CEO. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.