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28/Nov/2023

Brasil elevará investimento na Transição Energética

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovará mais de R$ 52 bilhões em projetos de infraestrutura e energia neste ano. O desembolso para estas duas áreas estão crescendo entre 35% e 40% neste ano. A instituição está promovendo este aumento ao levantar iniciativas que são consideradas prioritárias, mas que estavam paradas. O BNDES é considerado o maior financiador de energia renovável do mundo, de acordo com a BloombergNEF. Embora seja necessário avançar com um marco regulatório para eólicas offshore no Brasil, a indústria está com muitos projetos "desmontando" nos Estados Unidos e na Europa. São projetos que fecharam PPA (contrato de longo prazo de energia) em 2020, quando o custo de capital era negativo na Europa e Estados Unidos. Eles fecharam na pré-pandemia, não enfrentaram uma inflação de preço de equipamento que tem hoje, então esses projetos não são mais viáveis.

Nos Estados Unidos, quase 10 gigawatts (GW) em projetos de eólicas offshore estão sendo negociados ou serão encerrados. Considerando que os projetos nessa área levam cerca de oito anos para se desenvolver, será preciso cerca de 15 anos para essa fonte ser uma tecnologia mais importante para o mundo. O Brasil terá que achar um modelo para incentivar a indústria do hidrogênio renovável no País. O BNDES vê uma janela de oportunidade que vai até pouco depois de 2030 para o desenvolvimento da indústria. O Brasil pode dar certo, mas pode dar muito mais certo se for usada essa janela de oportunidade. O País tem uma série de vantagens competitivas para o desenvolvimento do insumo, como a matriz elétrica já considerada limpa em sua maioria além do bom relacionamento com outros pares, mas há preocupação com o custo de capital e da precificação dos produtos considerados verdes.

A necessidade de incentivos a essa indústria se deve não à competição com o hidrogênio verde europeu, mas à competição que se dá com o hidrogênio cinza, que é produzido de forma mais poluente. Dentre os produtos que são derivados do hidrogênio sustentável, os projetos de amônia e de biometano estão conseguindo alcançar competitividade em termos de preço. Pode ter redução de quase 40% no preço do gás que continua 'bancável', especificamente sobre as iniciativas de biometano. O Ministério de Minas e Energia (MME) afirmou que o sistema de certificação do hidrogênio brasileiro deverá reconhecer e valorizar a diversidade regional e energética do País. Não é preciso fazer um sistema de certificação que atenda aos interesses do país A ou do país B. O Brasil tem que fazer um sistema de certificação que contemple toda a diversidade que o País tem. Países da Europa, por exemplo, consideram como hidrogênio verde apenas o gerado por meio da eletrólise da água, feita a partir de energia eólica e solar.

O Brasil, porém, tem potencial para desenvolver o insumo por meio de outras rotas por conta do agronegócio. Nesta frente, o ministro Alexandre Silveira assinará, durante a COP28, uma declaração de intenção reconhecimento de certificação com outros países, que não foram detalhados. O marco legal para o hidrogênio, em discussão na Pasta, deve garantir competências institucionais, esquema de certificação, além de incentivos nos quais houver consenso. Porém, o hidrogênio é apenas um dos elementos de um portfólio muito grande que o Brasil tem e não será nenhuma "panaceia", mas uma forma de auxiliar setores de difícil descarbonização. O governo está construindo um arcabouço que está levando ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) mês que vem, que contempla diversas frentes de transição energética. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.