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09/Nov/2023

Hidrovias e ferrovias para ESG na logística do Agro

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a agenda ESG (ambiental, social e de governança) na logística de transporte de grãos no País passa necessariamente pelas hidrovias e ferrovias. A matriz de transporte brasileira é 'inversa', focada mais em rodovias do que em hidrovias e ferrovias, que emitem menos. Atualmente, 65% do que se carrega de carga no Brasil segue por rodovias e o restante vai pelos outros dois modais. Lembrando que 66% das estradas brasileiras são consideradas ruins ou péssimas ou regulares, o que também aumenta a emissão de poluentes gerados pelo diesel. Nesse sentido, a entidade elogiou o novo PAC lançado pelo governo federal, que contempla obras de infraestrutura, entre elas investimentos importantes em ferrovias. Há também o estudo da Ferrogrão, embora ela sair ou não do papel ainda seja um impasse.

O projeto da Ferrogrão tem seu traçado principal em Mato Grosso e Pará, em direção aos portos da Região Norte do País, no Arco Norte, para o escoamento de grãos sobretudo de produtores de Mato Grosso. Há questões ambientais, como o desflorestamento de parte da Reserva de Jamanxim, no Pará, e até o momento não foi aprovada. Ainda sobre logística mais ESG, existem estudos em relação à navegabilidade de rios da Região Norte, como o Tapajós, o Madeira e o Tocantins, que são potencialmente navegáveis, mas infelizmente não se consegue navegar neles durante o ano todo. Para a trading ADM, a partir do momento que se muda a matriz de transporte da rodovia para a ferrovia e hidrovia, automaticamente a logística do País passa a ficar em linha com a pauta ESG. De todo modo, ainda há uma necessidade muito represada em relação ao transporte de grãos por modais mais sustentáveis, dependendo de projetos estruturantes.

A ADM tem feito investimentos no Porto de Santos (SP) para minimizar o impacto do seu terminal de grãos à população do entorno. A empresa investiu para tornar o terminal mais amigável ambientalmente à vizinhança do Porto de Santos. Essa era uma questão importante. A HR Tech Mereo, empresa de pesquisas inclusive relacionadas ao agro, afirma que o levantamento, anual, contribui para as empresas do setor implementarem modelos de gestão e estratégias para resolver desafios logísticos e de ESG. Em 2020, apenas 33% das empresas do agro na pesquisa, que eram em sua maioria de médio porte, mensuravam o ESG em seus três pilares (social, governança e ambiental). Já na pesquisa que será divulgada em 2024, todas as empresas do agro estão medindo o ESG em suas operações em seus três pilares. Houve uma evolução. Outro fato citado é que as empresas não tinham muitas métricas, mas apenas projetos para estruturar uma medição nos três pilares ESG. Hoje, já há métricas, o que é uma excelente evolução. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.