09/Nov/2023

A Bayer obteve prejuízo líquido de 4,57 bilhões de euros (US$ 4,88 bilhões) no terceiro trimestre de 2023. O resultado representa piora expressiva na comparação com igual trimestre do ano passado, quando a empresa obteve lucro líquido de 546 milhões de euros. A Bayer atribuiu as perdas em grande parte a uma desvalorização de itens da Divisão Agrícola (Crop Science) em virtude das taxas de juros. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) antes de itens especiais foi de 1,685 bilhão de euros, valor 31,3% inferior aos 2,451 bilhões de euros reportados no terceiro trimestre de 2022. Já o Ebit ficou negativo em 3,594 bilhões de euros, ante valor positivo de 1,19 bilhão de euros na comparação ano a ano.

As vendas recuaram 8,3%, a 10,34 milhões de euros, em comparação com 11,28 bilhões de euros no terceiro trimestre do ano anterior. Analistas previam lucro líquido de 33 milhões de euros, Ebitda antes de itens especiais de 1,73 bilhão de euros, lucro básico por ação de 0,73 euros e vendas de 10,44 bilhões de euros, de acordo com consenso da Vara Research. Na Divisão Agrícola, a baixa nas vendas foi de 7% em relação ao terceiro trimestre de 2022, com geração de receita de 4,365 bilhões de euros. A companhia disse que o resultado ficou estável em relação ao ano anterior, mas com os volumes mais altos em todas as regiões sendo compensados por preços mais baixos, especialmente dos produtos à base de glifosato.

O Ebitda ajustado da divisão foi negativo em 35 milhões de euros no trimestre, inferior ao valor positivo de 619 milhões apresentado em igual período de 2022. Na divisão de produtos farmacêuticos, as vendas de medicamentos prescritos perderam 8,4%, para 4,538 bilhões de euros. A companhia informou que o resultado também permaneceu inalterado em relação ao ano anterior, com a divisão registrando ganhos significativos com os produtos Nubeqa e Kerendia, além de um desempenho sólido no negócio de Radiologia. No entanto, foram registrados declínios na China. A divisão de saúde do consumidor registrou leve aumento nas vendas, impulsionada pelas categorias de Dermatologia e Dor & Cardio. A Bayer avalia opções para reestruturação, o que deve resultar em cortes significativos de empregos.

No entanto, está afastada a possibilidade de divisão do grupo em três negócios. Uma divisão em três partes exigiria um processo em duas etapas. E certamente a empresa não adotará movimentos estruturais que resultem em redução no desempenho operacional. Acionistas, como a Bluebell Capital Partners, vinham pedindo para que a Bayer se dividisse em três empresas (ciência agrícola, saúde do consumidor e farmacêuticos), alegando que as divisões não tinham relação uma com a outra. Mesmo com os resultados do terceiro trimestre, a Bayer manteve as expectativas para o acumulado do ano fiscal apresentadas no meio do ano.

O resultado deste ano é considerado insatisfatório. Quase 50 bilhões de euros em receita, mas nenhum fluxo de caixa não é aceitável. Nem a trajetória do preço das ações. Em agosto, a companhia disse que, para 2023, espera que as vendas fiquem em torno de 48,5 bilhões de euros a 49,5 bilhões de euros. Para o Ebitda antes de itens especiais, a empresa estima que os valores fiquem entre 11,3 bilhões de euros e 11,8 bilhões de euros. A expectativa de lucro básico por ação caiu para 6,20 euros a 6,40 euros, em base ajustada para efeitos cambiais. O grupo espera um 2024 desafiador, com crescimento fraco. Orientações serão divulgadas em março. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.