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30/Oct/2023

Conectividade no campo pode elevar VBP do Agro

De acordo com dados apresentados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a ampliação da cobertura por internet no campo pode aumentar o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária brasileira em quase 10% ao ano e gerar R$ 100 bilhões adicionais aos produtores. Atualmente, apenas 30% das propriedades rurais brasileiras estão conectadas via satélite, rádio, 3G ou 4G. Se essa cobertura chegar a 48%, o incremento no VBP, estimado em mais de R$ 1 trilhão, pode chegar a 4,5%. Com 90% do campo com acesso à internet, o faturamento deve crescer 9,5%. A falta de cobertura limita o acesso dos produtores a maquinários mais tecnológicos já existentes no mercado e que proporcionam maior eficiência na produção. A pulverização de defensivos agrícolas feita sem nenhum tipo de tecnologia gera desperdício de 10% a 15% do produto. Com a aplicação de automação, por exemplo, essa perda cai para 2%.

As máquinas atuais têm conexão com a internet, à medida que trabalha ela capta dados da produção e do meio ambiente, consegue melhorar a gestão das fazendas com esses dados. Essa é a grande mudança nas máquinas. A diferença de tecnologia entre a máquina que tem conexão e a que não tem é brutal. O Ministério da Agricultura vai apresentar um novo projeto ao conselho gestor do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicação (Fust) para ampliar a cobertura de internet nas áreas rurais. A proposta do Ministério da Agricultura é criar o programa Torres Rurais, que prevê a instalação de 125 novas torres e a revitalização de outras 550. O projeto também quer fazer um upgrade para a tecnologia 4G em 3,2 mil torres espalhadas pelo País. O objetivo é ampliar, com essa medida, de 30% para 48% a área rural do País conectada. A proposta é que na próxima reunião do Fust, nesta semana, será apresentado o projeto Torres Rurais que visa chegar nessa amplitude de cobertura de 48%.

Em setembro, os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento e Assistência Social lançaram o programa Rural + Conectado. O foco são 2,3 mil localidades rurais na Região Nordeste e alguns pontos da Região Norte. O programa conta com uma linha de crédito reembolsável para empresas de telecomunicações instalarem infraestrutura de rede nessas comunidades mais remotas. A iniciativa tem juros subsidiados e prazo de 15 anos para pagamento. São até R$ 1,2 bilhões que podem ser acessados com alíquota de 1% mais Taxa Referencial e risco para esses locais prioritários. O programa pode levar cobertura para 19 milhões de pessoas que vivem nessas regiões. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), a expansão da conectividade gera efeitos positivos na segurança nas áreas rurais, no acesso à educação e facilita o processo de sucessão familiar nas propriedades. O conjunto desses fatores torna mais precisa a tomada de decisão dos produtores, que têm a necessidade de trabalhar com mais eficiência.

É preciso levar internet não apenas à sede das propriedades e moradias dos trabalhadores, mas às áreas de produção e estradas de acesso. O Ministério do Desenvolvimento Agrário afirmou que a conectividade pode diminuir a distância tecnológica entre as populações urbana e rural e melhorar o acesso dos produtores rurais a informações técnicas. A distância tecnológica entre a realidade dos centros de pesquisa, das universidades, da Embrapa e das propriedades da agricultura familiar é muito grande, e o desenvolvimento da conectividade pode contribuir com isso. As empresas de assistência técnica e extensão rural eram a única fonte de informação dos produtores na década de 1970. Hoje, o agricultor é pesquisador, testa tecnologias, busca informação, acessa internet, está envolvido com ambiente tecnológico. Essa distância da conectividade rural, onde 30% das propriedades estão conectadas enquanto 92% dos domicílios urbanos têm conexão com a internet, é um caminho longo a percorrer. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.