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27/Oct/2023

Produtos Químicos: importação preocupa o setor

Segundo a Associação Brasileira de Indústria Química (Abiquim), as importações de produtos químicos somaram US$ 46,7 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de 2023. O volume representa uma redução de 25,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. As exportações, por sua vez, foram de US$ 10,9 bilhões, o que representa um recuo de 6% no mesmo intervalo de comparação. Com isso, a balança comercial (diferença entre exportação e importação) brasileira de produtos químicos de janeiro a setembro registrou déficit de US$ 35,8 bilhões, o terceiro da série histórica calculada pela Abiquim dentro deste mesmo intervalo acumulado, perdendo apenas para 2022 (US$ 64 bilhões) e 2021 (US$ 46,2 bilhões). A entidade prevê para o consolidado de 2023 um déficit de até US$ 48 bilhões. Apesar da queda de janeiro a setembro, o cenário atual é de uma forte entrada de produtos químicos importados no Brasil em um contexto classificado de “alarmante” de surtos de aquisições predatórias e desleais.

Os mercados de países asiáticos têm se aproveitado da guerra no Leste Europeu para vender produtos a um preço artificialmente mais competitivo no mercado brasileiro. No intervalo acumulado até setembro, foram registrados expressivos aumentos nos volumes de importações de plastificantes (76,6%), de resinas termoplásticas (18%), de produtos petroquímicos básicos (12,3%), de intermediários químicos para detergentes (6,7%), entre outros produtos químicos diversos para uso industrial (14,4%). O preço importado destes produtos é, aproximadamente, 30% abaixo do valor que seria o normal em média. Essas importações acontecem em meio a realizações de preços predatórios, que estão provocando desequilíbrio no mercado interno. O nível médio de ociosidade na indústria química brasileira está em quase 35%, patamar considerado elevado, e o ritmo de produção e vendas das empresas domésticas está no patamar mais baixo dos últimos 17 anos. O alto volume de importações de químicos a partir de países asiáticos acontece porque estes mercados utilizam insumos como gás natural, energia e matérias-primas russas, a partir de preços favorecidos em razão da guerra.

A China é hoje o principal destino de exportações de óleo e gás da Rússia. Diante do quadro, a Abiquim pede o encerramento imediato da redução de 10% na alíquota do imposto de importação de produtos químicos, que foi aplicada unilateralmente pelo Brasil. A entidade também defende a efetivação de uma lista de elevações transitórias à Tarifa Externa Comum do Mercosul, que contemple os produtos químicos que mais sofreram com um surto predatório de aumento de mais 60% no volume das suas importações. A superação do particularmente crítico momento para o setor depende de um conjunto de ações pragmáticas e de alto impacto no curto prazo quanto ao acesso às matérias-primas e insumos energéticos em condições equivalentes àquelas dos principais players mundiais. Essas ações devem ainda ser combinadas com as políticas prioritárias na agenda de comércio exterior. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.