18/Oct/2023

A consultoria StoneX avaliou que a volatilidade dos preços globais dos fertilizantes deve diminuir neste quarto trimestre. Isso porque fatores baixistas pesarão sobre as cotações, entre eles, uma redução da demanda brasileira pelo insumo e da Índia, outro grande importador. No caso da Índia boa parte das aquisições da safra Rabi (período em que os indianos semeiam trigo e arroz, com aplicações do começo de outubro até o início de 2024) já ocorreu. Sem esses dois grandes compradores no mercado internacional, as aquisições de outono, em países do Hemisfério Norte, podem não ser suficientes para a sustentação das cotações no mercado mundial.

Em contrapartida, o alívio dos preços está condicionado a fatores como a estabilidade do gás natural e uma demanda contida no Hemisfério Norte, além de uma produção de adubos dentro do esperado. O recuo de preços também pode ser contido pela alta da amônia e do enxofre, que até então a indústria prevê uma trajetória de altas nas próximas semanas. No 3º trimestre de 2023, os preços subiram, impulsionados justamente por Índia e Brasil, dois dos principais importadores. O período foi marcado pelas aquisições para a safra Rabi, na Índia, e para a soja brasileira, principal cultura do País.

Compras fora de época dos Estados Unidos e da Austrália também reforçaram a volatilidade nas cotações do insumo. Além disso, houve ainda problemas de abastecimento de gás em produtores de nitrogenados, como o Egito e o Irã, menor oferta de fosfatados na China, sem liquidez para negociação no spot, escassez de fosfatados no Brasil, com falta de mercadorias para pronta entrega, e greves nos portos do Canadá. O momento atual, no entanto, é de estabilidade. Novas compras da Índia dependem dos resultados das licitações, que poderá anunciar novas aquisições.

No Brasil, uma deterioração das relações de troca tende a levar a um adiamento nas compras para a 2ª safra de milho 2024. Sem o ímpeto comprador brasileiro, a perspectiva é de um alívio dos preços no mercado doméstico. Entre julho e meados de setembro, as cotações da ureia nos Estados Unidos aumentaram 32%, e, no Brasil, os preços CFR subiram 24%. Neste cenário, os compradores que atrasaram as suas aquisições pagaram mais caro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.