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03/Oct/2023

Setor químico pede proteção contra os importados

A indústria química vem pleiteando medidas de defesa comercial para combater a forte entrada de produtos importados no Brasil, que tem penalizado o setor e colocado o segmento sob o risco de paralisação de fábricas e perda de capacidade produtiva. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o segmento movimentou US$ 97,6 bilhões em transações durante 2022, mas cerca de US$ 80 bilhões foram apenas de importação. A entidade aponta para a gravidade do momento, sinalizando que a utilização da capacidade de produção do setor, na média, atualmente é de 67. Já existem unidades operando com níveis próximos de 50% à medida que a participação de importados ganha cada vez mais espaço no consumo brasileiro. Dois fatores que afetam diretamente a indústria química nacional. O primeiro é a forte entrada de importados dentro do mercado brasileiro, vendido sob condições desiguais do ponto de vista competitivo; o segundo diz respeito à dependência do setor em relação à nafta petroquímica, que aumenta consideravelmente os custos para produção de diversos produtos da cadeia.

A guerra entre Rússia e Ucrânia fez com que o preço do petróleo e gás naquela região diminuíssem, impulsionando maior competitividade por meio de uma violenta agressão humanitária. Os Estados Unidos impuseram uma barreira brutal contra os produtos químicos chineses e o Brasil não fez nada. Destaque para o aumento de 70% dos produtos químicos importados por parte da China no primeiro semestre na comparação com o mesmo período do ano anterior. O setor precisa de uma medida de curto prazo para defender a indústria nacional contra a má utilização de um conflito humanitário. A Braskem defende o desenvolvimento de uma política industrial para garantir que o setor químico nacional possa disputar em iguais condições com o mercado global. A sobra de diversos produtos químicos no mercado influencia na redução de preços, o que reduz o “spread petroquímico” (diferença entre preço de venda do produto e o custo da matéria-prima).

Há produtos muito competitivos e plantas inovadoras, a questão é a igualdade de competição. É necessária uma política industrial que possa trazer esse olhar ao setor, para que nos momentos de ciclos de baixa possamos ter melhores condições de competitividade. Em outras regiões, como Ásia e América do Norte, os governos locais têm adotado uma forte política de incentivos e subsídios como um mecanismo indutor da indústria. A Braskem ressalta que subsídios em momentos determinados representam importantes instrumentos estratégicos para a proteção do mercado doméstico. Sobre os esforços que a Braskem tem realizado para reduzir a dependência da nafta e busca por maior internacionalização, a empresa tem como foco desenvolver a melhor estratégia para alcançar as alternativas mais rentáveis.

Há anos, a empresa vem buscando uma maior flexibilidade nas operações para trabalhar tanto com nafta quanto com gás. Portanto, a melhor equação econômica é um ponto da agenda e diz respeito a uma pauta importante de política industrial. A Unipar afirmou que o cenário de competição no setor químico não é uma novidade. Dentro do mercado de commodities petroquímicas, o Brasil está mais exposto às oscilações de preços, por isso é fundamental que o segmento avance na direção de reduzir custos e se posicione de forma mais competitiva. A situação chegou em um ponto que um movimento de urgência precisa ser feito, tanto que a própria proposta não é a de um incentivo perene, mas temporário. O momento requer uma ação neste sentido. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.