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22/Sep/2023

Logística: seca ameaça navegação no Rio Amazonas

O período de seca que atinge a Região Norte do País já afeta a navegação do Rio Amazonas e pode reduzir a capacidade de transporte por ele em 40% em duas semanas e até 50% até outubro. A estimativa é da Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac), que monitora a vazão em três diferentes pontos, tendo identificado queda diária de até 35 centímetros, enquanto a média para este período é de 25. A cobrança do setor é por ações emergenciais, que, segundo o governo, estão sendo estudadas. A seca é sazonal, sendo observada todos os anos. Neste ano, porém, teria chegado mais cedo do que o esperado. Desde agosto, a Marinha do Brasil decidiu restringir a navegação em rios no estado do Amazonas, atingindo três pontos: a passagem do Tabocal, a 339 Km de Manaus e as enseadas do Rio Madeira Enseada e do Rio Purus com o Rio Solimões.

O medo do setor de navegação é que o próximo afetado será o próprio Rio Amazonas, principal hidrovia da região. No pior cenário, em função da segurança, não será possível a navegação pelo Rio Amazonas. Ocorre que os navios que navegam por ele são os que permitem o escoamento da produção e mantêm o abastecimento da região com insumos básicos para toda a população e para a indústria local. No ano passado, a redução de capacidade de transporte foi, em média, de 40%, contra os 50% estimados para este ano. Os produtos que sofrem mais impacto são os mais pesados, como alimentos (arroz, congelados e resfriados), cimento, metais, cerâmica, porcelanato e fertilizantes. Segundo a Abac, não está sendo possível conseguindo navegar com o volume de carga normal.

Para as próximas duas semanas, a previsão é de redução de 45% da capacidade de transporte. A crise atinge a população, podendo refletir em aumento direto do preço dos produtos, pela escassez e por aumento no frete. É impactada, ainda, a Zona Franca de Manaus, que não consegue escoar seus produtos, o que, dependendo da duração da crise, pode causar desabastecimento no mercado nas Regiões Sul e Sudeste, em especial no "Black Friday". Apesar de o problema da estiagem ter sua maior parte fora do controle humano, há iniciativas que podem ser usadas como mitigatórias. Para este momento, é necessária uma dragagem emergencial na enseada do Rio Madeira no trecho em que alcança o Amazonas. Tal área está assoreada, com acúmulo de areia.

A dragagem abriria o canal para que navios possam navegar próximo da capacidade. Segundo o Ministério dos Portos e Aeroportos, o órgão responsável pela segurança da navegação é a Marinha do Brasil, que indica as possibilidades ou possíveis restrições e a impraticabilidade de percorrer determinados trechos. O Ministério de Portos e Aeroportos, juntamente com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), acompanha a situação e está preparado para fazer a intervenção necessária nos trechos possivelmente indicados. Para a MTM Logix, a saída está na tecnologia somada à "perspicácia estratégica". Como exemplo, pode-se citar as torres de controle da cadeia de suprimentos. Elas oferecem uma supervisão centralizada de toda a cadeia de suprimentos, permitindo que as empresas monitorem suas remessas, avaliem os níveis de estoque em tempo real e antecipem possíveis interrupções.

Paralelamente às torres de controle, sistemas de navegação avançados podem ajudar. Com os níveis de água do Rio Amazonas mostrando flutuações imprevisíveis, a margem para erros de navegação diminuiu. Esses sistemas de última geração, equipados com dados em tempo real sobre profundidades de água e possíveis obstruções, garantem que os navios naveguem pelos desafiadores terrenos do rio com segurança e eficiência. Outra estratégia apontada é a adoção de embarcações menores. Embora a tecnologia ofereça uma infinidade de soluções, às vezes, a resposta está em revisitar métodos tradicionais com uma perspectiva renovada. Mesmo com custos maiores, as embarcações menores permitem navegação em situações mais desafiadoras. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.