ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

19/Sep/2023

EUA: Bayer e Corteva disputam mercado e tecnologias

Bayer e Corteva tem disputado nos últimos anos bilhões de dólares que agricultores gastam em combinações de sementes e produtos químicos destinados a combater ervas daninhas e competem também em relação aos avanços tecnológicos neste setor. Juntas, representam cerca de 70% das vendas de sementes de milho e de soja nos Estados Unidos, contra quase 40% de duas décadas atrás, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Por anos, a Monsanto dominou os cerca de 32,37 milhões de hectares de soja plantados nos Estados Unidos, após revolucionar a agricultura com sementes geneticamente modificadas para tolerar o herbicida Roundup. Em 2018, a empresa foi adquirida pela alemã Bayer, que se tornou, então, a principal fabricante de sementes de culturas. A rival no setor agrícola, a norte-americana Corteva, tem se destacado desde 2019, quando se separou da DowDuPont, com avanços em variedades de soja biotecnológicas que representam mais da metade do mercado.

No mercado de soja do país, a segunda maior cultura em termos de área, atrás do milho, a Bayer teve vantagem sobre a Corteva em 2017, quando começou a vender as sementes Xtend e, posteriormente, XtendFlex, resistentes ao herbicida da companhia, o dicamba. No entanto, o uso do produto perdeu forças com a imposição de alguns Estados quanto ao momento que ele deveria ser usado, segundo a revendedora agrícola Quality Ag Services, de Iowa, onde a data limite é 12 de junho. Isso ocorre porque o produto pode evaporar e se espalhar com o vento, prejudicando culturas vizinhas sem resistência a ele. A Corteva esteve envolvida em pelo menos um grupo que pressionou por regulamentações mais rígidas sobre o herbicida da concorrente, onde encontrou terreno para impulsionar suas vendas. Em 2019, a empresa lançou o Enlist E3, construído em torno do herbicida 2,4-D colina.

Em uma feira agrícola em agosto, em Illinois, representantes de vendas da Corteva disseram aos agricultores que o Enlist não tem as mesmas limitações de pulverização do produto de seu concorrente. No evento, a companhia exibiu placas que diziam "eu tenho a liberdade de pulverizar". Para a norte-americana, o Enlist representará cerca de 55% da soja plantada nos Estados Unidos em 2023. Entre licenciamento e vendas diretas, cerca de 60% do mercado pode adotar a tecnologia Enlist no próximo ano, segundo a companhia. A Bayer diz que Xtend e XtendFlex representam cerca de 45% a 50% do mercado de soja. A soja Roundup Ready da Monsanto representou mais de 90% do mercado por cerca de duas décadas. A empresa adicionou o dicamba à mistura para combater as ervas daninhas que desenvolveram resistência ao glifosato, ingrediente principal do Roundup. Nos tribunais, Bayer e Corteva trocam acusações.

A Bayer processou a concorrente no ano passado, alegando a violação de um contrato após o uso de sua tecnologia no desenvolvimento das sementes de soja Enlist E3. Executivos da Corteva dizem que a soja é fundamental para a estratégia de reduzir a dependência de genes agrícolas que a companhia licenciou da Bayer ao longo dos anos e reduzir os royalties que paga ao principal rival. Em caso separado, a Corteva acusa a Bayer de infringir patentes relacionadas ao Enlist conforme a alemã desenvolvia uma nova geração de sementes biotecnológicas. As empresas se recusaram a comentar sobre as ações em juízo. A Bayer disse que a corrida da soja ainda não acabou e que está investindo na criação de novas tecnologias que a ajudarão a recuperar a participação perdida no mercado. A companhia pretende lançar uma soja biotecnológica, a HT4, em 2027. Segundo a empresa alemã, a soja será capaz de resistir a cinco diferentes produtos químicos para matar ervas daninhas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.