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19/Sep/2023

“Pedágio ambiental” para empresas de transporte

O primeiro sistema de “pedágio ambiental” do Brasil foi lançado pela startup Abundance Brasil. A iniciativa tem o objetivo de ajudar as empresas de logística a compensar suas emissões de carbono em viagens rodoviárias. Em parceria com a Ailog Tecnologia, a empresa criou um mecanismo que calcula a quilometragem, o consumo e a quantidade de carbono emitida pelas companhias nas rotas de entregas dos seus clientes e automaticamente sugere a quantidade de carbono a ser compensada pelos caminhões por meio da compra de créditos de carbono. A ideia do projeto é ajudar o mercado de logística e o setor de transportes, considerado um dos mais poluentes, a encontrar uma forma simples de descarbonizar as suas rotas de transporte por meio da tecnologia dos tokens (dispositivo eletrônico que funciona como uma chave eletrônica) e da blockchain (cadeia de dados que permite o compartilhamento de bens e informações em uma base segura e imutável).

Foi avaliada a quilometragem rodada e o quanto o caminhão emite de carbono. De São Paulo (SP) a Belo Horizonte (MG), por exemplo, a empresa gastou tanto de combustível, tanto de pedágio e emitiu tanto de carbono. A partir daí, há possibilidade de compensar as emissões. O diferencial da ação é que não é usado apenas o crédito de carbono florestal, que é o mais comum no mercado em razão do custo mais baixo, mas sim o modelo ARR (florestamento, reflorestamento e revegetação), que trabalha com o plantio de novas árvores, promovendo não só a proteção do meio ambiente, mas também o seu desenvolvimento. Para que o pedágio ambiental funcione, há o plantio de árvores. À medida que essas árvores crescem e absorvem as emissões, sua capacidade de sequestro de carbono se transforma em ativos ambientais que são digitalizados, “transformando” o gás em uma commodity comercializável. Isso remove carbono da terra porque está plantando a árvore e cuidando dela. É uma recuperação ambiental.

O projeto se trata de um investimento, já que o token que representa a árvore é também um ativo financeiro. Atualmente, o chamado Abundance Token nada mais é do que uma cota florestal que representa o número de árvores plantadas que a empresa está compensando de carbono ao adquiri-lo. No futuro, com a introdução da blockchain, a ideia é que o produto seja usado como um ativo financeiro e contabilizado no balanço das empresas. Um dos diferenciais da ação é que o pedágio ambiental, além de facilitar a compensação do carbono emitido pelas empresas, é uma espécie de ação. É como se fosse uma ação florestal e o carbono é como se fosse um dividendo. Na prática, depois de plantada pela empresa, a árvore se transforma em um criptoativo (ativos virtuais protegidos por criptografia, processo que codifica mensagens e dados), podendo ser negociado no aplicativo da Abundance. Segundo a empresa, as operações já foram iniciadas, mas o mercado de negociações ainda não está em operação.

No futuro, o plano da empresa é que as companhias que compensam possam não só fazer a compensação, mas também negociar os seus créditos depois de comprados. Além de uma possível valorização dos créditos, considerando que esta é uma prática cada vez mais buscada pelas empresas, existem também outros benefícios agregados, como a valorização da marca e o acesso a financiamentos verdes, já que cada vez mais instituições bancárias exigem comprovação de práticas sustentáveis para conceder o empréstimo ou oferecer condições mais vantajosas para as companhias. O uso de crédito de carbono para a compensação tem se tornado cada vez mais frequente entre as empresas. Na prática, as companhias mantêm a sua emissão e ajudam a reduzi-la em outro lugar, servindo para que indústrias poluentes alcancem suas metas climáticas sem precisar mudar o seu negócio central. Para as empresas, os créditos nada mais são do que certificados emitidos para uma companhia que reduziu a sua emissão de gases de efeito estufa e podem ser negociados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.